Na movimentação política da semana no Ceará, a figura central foi o senador Cid Gomes. Ele acabou com uma onda de boataria sobre uma possível disputa ao governo do estado envolvendo seu nome. “Eu não sou candidato a governador, definitivamente”, disse o senador. Cid assegurou ainda que vai continuar fazendo política, que vai fazer oposição em Sobral, sua terra natal e, que se quer definiu se concorrerá a um novo mandato ao Senado.

Quem também se movimentou políticamente no estado, de forma silenciosa foi o deputado federal André Fernandes. O parlamentar subscreveu uma  Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que reduz a idade mínima para concorrer a cargos eletivos, como presidente da República, vice-presidente e senador, que sairia de 35 anos para 30, e de governador, caindo de 30 para 28 anos. Na prática, esse movimento, caso avance, daria direito a André Fernandes concorrer ao governo do estado.

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Outras duas lideranças políticas de centro, Capitão Wagner e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, que também sonham em disputar o governo do estado ou uma cadeira ao Senado, também continuam fazendo movimentos políticos, além de críticas veementes ao governo estadual, principalmente na área da segurança pública. A crítica à segurança pública do governo Elmano de Freitas é a base principal do discurso de oposição, mas carece de propostas claras que os diferenciem de aliados de direita e de adversários de esquerda.

Para além das críticas da segurança pública de Wagner e Roberto Cláudio, é preciso destacar que certos movimentos políticos projetam dúvidas no imaginário eleitoral. O movimento de Wagner em defesa do bolsonarismo, depois, um recuo e, posteriormente, uma nova reaproximação na eleição municipal de Fortaleza. Esses movimentos criam uma crise de identidade política na visão do eleitorado. O mesmo ocorre com Roberto Cláudio, com à sua aproximação da direita de André Fernandes e Bolsonaro. Cada momento político tem suas peculiaridades, não nos cabe julgar, mas os movimentos são observados de perto pelo eleitorado.

Capitão Wagner agora segue para uma missão em nível nacional e deve promover a candidatura de Ronaldo Caiado ao governo federal, isso também deve fortalecer o União Brasil no estado, partido o qual ele preside no Ceará. Roberto Cláudio, por sua vez, ainda segue um caminho indefinido, ele na oposição aos governos; estadual e municipal de Fortaleza, enquanto seu partido segue na base de apoio.

Ainda falando das movimentações políticas da semana, a equipe do governador Elmano respondeu duramente às críticas de Capitão Wagner e Roberto Cláudio, sinalizando que o governo está atento às tentativas de enfraquecê-lo. “Oposição é importante, mas quando age com hipocrisia, vira piada”, disse o chefe da Casa Civil Chagas Vieira.

Diante desses fatos, o governador Elmano de Freitas (PT) segue com o desafio de ajustar seu governo, especialmente na área da segurança pública, alvo principal dos ataques de oposição. Elmano que tem dado prioridade a saúde, educação e desenvolvimento das energias renováveis, sabe que seu maior desafio ainda está na segurança pública e vai ter que concentrar todos os seus esforços nessa área.

A movimentação política dessa semana foi só um aperitivo, de entrada, para o prato principal que será servido em 2026. De um lado, a direita tenta se organizar entre movimentos silenciosos de renovação e de alianças indefinidas. Do outro, a esquerda trabalha para manter sua base consolidada e conter as investidas de oposição. No meio, o centro buscando uma identidade, flutuando com lideranças em um campo indefinido e em construção.

Pois é, a política parece ter mesmo aderido o modelo de mundo das redes sociais- produção de conteúdo em alta velocidade.