Em seu segundo dia de visita à Hungria, o papa Francisco agradeceu ao povo húngaro por ter acolhido refugiados vindos da Ucrânia e enfatizou a necessidade de uma cultura de caridade no país, que vem adotando uma política anti-imigração nos últimos anos, sob a liderança do primeiro-ministro Viktor Orbán.
Em encontro neste sábado, 29, na Igreja de Santa Isabel, em Budapeste, o Papa se reuniu com refugiados e fiéis. Parte dos refugiados presentes havia fugido da Ucrânia, vizinha da Hungria, após a eclosão da guerra na região. "O amor que Jesus nos dá e nos ordena praticar pode ajudar a erradicar os males da indiferença e do egoísmo da sociedade, de nossas cidades e dos lugares onde vivemos - a indiferença é uma praga - e reacender a esperança por um mundo novo, mais justo e fraterno, onde todos possam se sentir em casa", disse Francisco.
Francisco também lembrou que o Evangelho instrui os cristãos a mostrarem amor e compaixão a todos, especialmente aqueles que experimentam a pobreza e a dor e "até mesmo aqueles que não são crentes". A política anti-imigração de Orbán, com a justificativa de que outras populações poderiam ameaçar o cristianismo na Europa, vêm rejeitando pedidos de asilo vindos do Oriente Médio e da África, ao mesmo tempo em que o país mantém portas abertas aos refugiados vindos da Ucrânia. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 35 mil refugiados permanecem na Hungria e se registraram para o pedido de proteção temporária, emitido para ucranianos que deixaram seu país de origem devido à guerra.