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Após repercussão de ameaça de morte, bispo Dom Ailton Menegussi faz esclarecimento

Na nota, Dom Ailton explicou sua ausência nos festejos de Nossa Senhora do Rosário de Tauá deste ano.

17/10/2023 às 16h59 Atualizada em 17/10/2023 às 17h06
Por: Raflézia Sousa
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Reprodução da Internet
Reprodução da Internet

O Bispo Dom Ailton Menegussi, da Diocese de Crateús, emitiu um comunicado em resposta à controvérsia que surgiu devido a alegações de ameaças de morte direcionadas a ele e outros quatro padres da Diocese.

Na nota, Dom Ailton explicou sua ausência nos festejos de Nossa Senhora do Rosário de Tauá deste ano, assim como a de outros padres mencionados no pronunciamento. Eles decidiram não participar dos eventos religiosos devido às ameaças de morte que vêm sofrendo nos últimos 10 meses, a partir do final do ano passado.

De acordo com O Regional, o Bispo também abordou o trágico suicídio de um jovem que passou apenas quatro meses na Casa Vocacional da Diocese. Ele enfatizou que a Diocese de Crateús forneceu todo o suporte possível ao jovem, incluindo medicamentos, psicoterapia e despesas de deslocamento, mesmo após sua saída da Comunidade Vocacional.

Dom Ailton destacou que a diocese fez todo o necessário para auxiliar o jovem em seu processo de integração pessoal e expressou profundo pesar pela perda. Ele lamentou a dor da família e de todos os envolvidos, reafirmando que todas as medidas essenciais foram tomadas para ajudar o jovem.

Veja a nota

"A Diocese de Crateús, representada por seu bispo diocesano Dom Ailton Menegussi, vem, por meio desta, fazer alguns esclarecimentos acerca do pronunciamento feito por um de nossos presbíteros, na noite de 15 de outubro de 2023, na cidade de Tauá, por ocasião da Santa Missa de encerramento dos festejos da Padroeira
Nossa Senhora do Rosário.

Aqui, é tradição de minha parte, enquanto bispo diocesano, me fazer presente, sobretudo, no encerramento dos festejos paroquiais, assim como é costume os padres de outras paróquias presidirem missa ou novena durante os mesmos festejos. Neste ano, no entanto, ausentei-me, assim como os demais padres citados no pronunciamento, dos festejos de Nossa Senhora do Rosário, em face de ameaças de morte que vimos recebendo desde o final do ano passado. Portanto, há 10 meses.
Sem querer ferir quaisquer pessoas nem confrontar desrespeitosamente a maneira limitada como algumas pessoas compreendem o processo de acompanhamento de jovens vocacionados, afirmo que temos sido injustamente responsabilizados, por familiares, pela morte trágica (suicídio) de um jovem que esteve conosco por tão somente quatro meses, em nossa Casa Vocacional, em Crateús. O fato ocorreu em sua casa, seis meses depois de ter deixado a Comunidade Vocacional.

De nossa parte, temos a consciência de termos feito tudo o que poderíamos fazer para oferecer ao jovem recursos para um processo de integração pessoal. Constatado que o mesmo não estava se sentindo bem no processo e que este caminho lhe era, no momento, mais exigente do que ele poderia responder, decidiu-se pelo desligamento do jovem da Comunidade Vocacional. Mesmo assim, a Diocese de Crateús ofereceu tudo o que foi possível (remédios, psicoterapia, despesa com deslocamento), para que o mesmo continuasse a ser assistido.
Em nenhum momento lhe faltou isso.

Infelizmente, para a dor da família e de todos nós, o jovem cometeu o suicídio. Lamentamos profundamente e acreditamos que ele repousa nos braços do Divino Pai das Misericórdias.
Nos últimos anos, dezenas de famílias de nossa diocese, inclusive de Tauá, têm sofrido esse tipo de perda de pessoas amadas. Sempre nos solidarizamos com todas elas, pois entendemos tamanha dor. Por isso mesmo, jamais descuidaríamos de um jovem sob nossa responsabilidade. Podemos entender a dor de um pai, de uma mãe; entender que busquem muitas respostas e que até procurem culpados. Mas, longe disso, aceitar quaisquer responsabilidades, culpa no fato ocorrido e pelo qual sofremos as ameaças. Até porque, se tivesse havido alguma negligência ou crime de nossa parte, por que não foram denunciados à Polícia, para que fossem esclarecidos? Caso seja necessário, estamos à disposição da justiça para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessários.

Há dez meses, antes que registrar Boletim de Ocorrência em função das ameaças feitas à minha pessoa e a dos demais padres, rezei ininterruptamente por essa família, para que Deus lhes desse consolação e os ajudasse a compreender que tanto nos como eles fizemos o que se poderia fazer. Rezo para que acolham essa dura experiência de perda de um filho amado e o entreguem aos cuidados de Deus Pai, na eternidade.

Por fim, repudio certas atitudes falaciosas, baseadas em suposições, advindas de quaisquer meios de comunicação".

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