A Enel Distribuidora Ceará avalia permanecer no Estado após 2028, quando o seu atual contrato de concessão chegará ao fim. A companhia já havia suspendido temporariamente as discussões sobre a venda em novembro do ano passado. É o que informou a presidente da organização, Márcia Sandra Vieira, em entrevista ao O POVO nesta quinta-feira, 8.
“Nós continuamos. Nós temos muito interesse no Ceará, continuamos investindo no Ceará. Isso já demonstra o interesse que temos nessa concessão”, detalhou a presidente. Questionada sobre a falta de energia no Ceará, que assolou localidades no Ano Novo e é tema de preocupação para o Carnaval, Márcia explicou que a Enel tem enfrentado problemas com o furto de cabos. “Esse é um tema que tem assolado o Brasil inteiro. Só no ano passado foram 240 quilômetros de cabo roubado”.
“Não é só o cabo que danifica, danifica também o poste, a estrutura, porque eles tracionam, quebram. A demora, muitas vezes, num atendimento desses é maior do que num atendimento normal, porque eu tenho que fazer o recondutoramento, que é puxar o cabo. Tenho que colocar poste novo, então isso realmente afeta muito a população em geral”, disse.
Outra situação que, segundo Márcia, dificultou o fornecimento de energia está ligada às chuvas e aos raios. “No final do ano, em 31 de dezembro e 1º de janeiro, foi uma chuva muito intensa. (...) E o que mais afeta a nossa rede são os raios. Foram mais de 30 mil raios nesses dois dias, e alguns deles caem sobre a rede e danificam os equipamentos”.
A Enel preparou um plano operacional para garantir o fornecimento de energia no Carnaval, com mais de 1.000 colaboradores, além de 340 equipes em campo e duas subestações móveis, que serão destinadas aos locais mais críticos. Rondas operativas e a Central de Atendimento estão entre as equipes reforçadas.
“Nos municípios de Camocim, Sobral, São Benedito, Jericoacoara, Amontada, Paraipaba, Trairi, Aquiraz, Beberibe e Caucaia, (...) foram feitas manutenções preventivas, como instalações de equipamentos, aumento de cargas nos transformadores e substituição de estruturas”, detalhou a entidade., complementou.