
A Polícia Federal colhe depoimentos, na tarde desta quinta-feira (22/2), que vão ajudar nas apurações acerca das suspeitas que uma organização criminosa trabalhava para uma tentativa de golpe no país, em 2022, ano eleitoral no país. As oitivas serão realizadas ao mesmo tempo, em salas separadas, em diversas partes do país, a fim de evitar que os investigados combinem versões.
Os depoimentos colhidos serão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 23 pessoas no âmbito da investigação. O ex-presidente já está na sede da PF. Outros aliados que serão ouvidos também já estão presentes.
Bolsonaro já adiantou que ficará em silêncio durante o depoimento. O ex-presidente afirmou, em documento enviado ao STF, que só prestaria depoimento se seus advogados tivessem acesso ao processo, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do caso, Alexandre de Moraes, respondeu que a defesa do ex-presidente já tem acesso ao material das investigações. Exceto o que não pode ser liberado por ainda ter investigação em andamento ou ser fruto de delação premiada.
Por outro lado, o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que vai depor e vai falar aos investigadores. Torres participa de oitiva na mesma data do ex-chefe. Ele adotará a estratégia de dizer que não há crime em suas falas em reunião gravada em junho de 2022 e anexada às investigações.
Bolsonaro, aliados e ex-integrantes de seu governo foram alvos da Operação Tempus Veritatis, no dia 8 de fevereiro, com o cumprimento de mandados de prisão temporária e busca e apreensão. Eles são suspeitos de ter organizado uma tentativa de golpe no Brasil para reverter o resultado das eleições e a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).