22°C 37°C
Santa Quitéria, CE
Publicidade

‘Hoje eu entendo por que muitos técnicos na Europa não querem treinar seleção’, diz Dorival Jr

Para o treinador, os curtos períodos de treinamento, intercalados por longas pausas e a disputa de jogos importantes, representam grandes desafios

28/09/2024 às 08h50
Por: Rita de Cássia Fonte: GC Mais
Compartilhe:
Foto: Rafael Ribeiro /CBF
Foto: Rafael Ribeiro /CBF

Acostumado à dinâmica intensa dos clubes durante sua carreira, Dorival Jr tem se adaptado nos últimos nove meses ao comando da seleção brasileira. Para o treinador, os curtos períodos de treinamento, intercalados por longas pausas e a disputa de jogos importantes, representam grandes desafios. Essa experiência o levou a compreender por que muitos técnicos renomados, como Pep Guardiola, Carlo Ancelotti e José Mourinho, preferem não assumir seleções nacionais.

“Todos nós queremos uma equipe confiável, jogando dentro das condições do futebol brasileiro. Existe uma reformulação, os jogadores estão tentando se conhecer”, comentou depois de convocar a seleção para os próximos jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. “Para um equipe em montagem, em definição, você teria de estar trabalhando e repetindo a todo momento. Hoje eu entendo por que muitos treinadores na Europa talvez não queiram estar à frente de uma seleção. O tempo de trabalho é curto, a responsabilidade é maior”.

Dorival tem dez jogos como treinador do Brasil, com quatro vitórias, cinco empates e uma derrota, essa em duelo com Paraguai, no dia 10 de setembro, em jogo das Eliminatórias na última Data Fifa. Insatisfeito com a situação, o treinador entende que o desempenho não é o ideal, mas acredita que o momento vivido faz parte do processo de evolução da equipe e promete recuperar a confiança do torcedor.

“Nós não estamos satisfeitos e contentes com isso. Voltar a ter uma equipe confiável é tudo que nos queremos. O trabalho é incessante no alcance de uma regularidade. Tudo isso vai acontecer em algum momento. Eu me pauto muito pelo que vemos no Brasileirão. Uma equipe é favorita a um título e no mês seguinte já briga abaixo da décima colocação. Tudo vai muito das convicções que você tem. Estamos a dois anos de uma competição (a Copa do Mundo) que vai ser a mais importante dos últimos, por tudo que passamos”, afirmou.

O comandante é compreensivo com as críticas recebidas, até em razão de o Brasil ocupar a quinta colocação da classificação das Eliminatórias, com dez pontos. Defende, contudo, que há pontos positivos a serem destacados.

“O que tem passado confiança é que nossa retomada de bola, nossa marcação, tem funcionado. O abastecimento ao nossos homens de ataque é o desafio grande. O futebol brasileiro sempre teve isso como ponto mais importante e principal da maioria das nossa seleções. É isso que eu gostaria que acontecesse, uma equipe com liberdade de movimentos e criação muito maior”, explicou.

Outra defesa feita por Dorival foi em relação a Vinícius Júnior, que não tem conseguido desempenhar na seleção o mesmo futebol que costuma apresentar no Real Madrid e o que o alçou à disputa da Bola de Ouro.

“Não geramos expectativa excessiva em cima de um garoto. Nenhum jogador tem de ter essa expectativa. Acompanhamos todo o processo em relação ao Neymar e isso vem acontecendo há anos. Não seria o caminho saudável. Nós mesmos criamos a expectativa e colhemos essa frustração. Se continuarmos com essas cobranças, queremos ver tal jogador de tal situação e na seleção, não acontece. Precisamos de tranquilidade para que chegue o momento de que isso desabroche.”

Na convocação dessa sexta, o técnico trouxe como grande novidade da lista a presença do atacante Igor Jesus, destaque do Botafogo, líder do Brasileirão, e companheiro de Luiz Henrique, convocado pela segunda vez seguida. Entre atletas que jogam no Brasil, chamou também Guilherme Arana, do Atlético-MG, e Gerson do Flamengo.

“Vamos estar observando todo e qualquer atleta, independentemente do continente em que ele jogue. Eles estarão sendo avaliados a todo instante, a todo momento. Vamos tentar ser o mais assertivos possível em termos de nome. Um ou outro caso, de repente, por uma necessidade ou outro, nós podemos mudar”, disse Dorival sobre a montagem da lista.

Publicidade
Publicidade
Publicidade