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Proprietários de funerária admitem terem abusado de quase 200 cadáveres

Jon e Carie Hallford se declararam culpados após dezenas de corpos em decomposição serem encontrados em sua propriedade

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: The New York Times
24/11/2024 às 17h02
Proprietários de funerária admitem terem abusado de quase 200 cadáveres
Reprodução

Um casal que possuía uma funerária em duas localidades no Colorado, nos Estados Unidos, declarou-se culpado na sexta-feira por múltiplas acusações de abuso de cadáveres, mais de um ano após 191 corpos em decomposição serem descobertos em suas instalações, em uma cena horrenda, segundo as autoridades.

Eles concordaram em enfrentar sentenças de 15 a 20 anos de prisão após se declararem culpados no Tribunal do Condado de El Paso por 191 acusações de crime grave de abuso de cadáver, disse Michael Allen, procurador do 4º Distrito Judicial do Colorado, em uma coletiva de imprensa. A sentença dos Hallfords está marcada para abril.

A Return to Nature anunciava às famílias que seus entes queridos seriam sepultados de maneira ecológica, com o uso de caixões, cestos ou mortalhas biodegradáveis.

No entanto, quando um odor forte levou os investigadores ao local em Penrose, em outubro do ano passado, eles encontraram pelo menos 190 corpos armazenados de forma inadequada nas funerárias de Penrose e Colorado Springs. O casal foi preso em novembro.

Em vez de usar o dinheiro fornecido pelo governo ou pelos clientes para enterrar ou cremar os corpos, o casal gastou milhares de dólares em viagens, joias da Tiffany & Company e itens da Amazon, conforme os registros. “Os Hallfords receberam mais de 130 mil dólares de vítimas por serviços de cremação ou sepultamento, que nunca foram realizados”, afirmava a acusação federal.

Os Hallfords entregaram urnas cheias de mistura de concreto às famílias, em vez das cinzas dos falecidos, e também forneceram corpos errados para sepultamento em cemitérios, segundo a acusação. Alguns dos corpos encontrados no ano passado na Return to Nature eram de pessoas que haviam morrido em 2019, informaram as autoridades.

Para esconder a coleção macabra de corpos nas funerárias, o casal impediu a entrada de pessoas externas nos prédios, cobriu as janelas e portas e mentiu sobre a origem do mau cheiro, apontou a acusação federal.