Embora o Processo de Eleição Direta (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT) esteja previsto para ocorrer em 6 de julho, os preparativos já movimentam os bastidores políticos em todo o país, e em Santa Quitéria não é diferente. Correntes internas com diferentes interesses articulam estratégias para a disputa pelo comando petista.
No município, o diretório local é liderado pelo grupo vinculado à ONG Cactus, tendo Júlio César Muniz na presidência. A eleição deste ano pode ter como concorrente o vereador Pé de Mola, que declarou aguardar definições estaduais antes de discutir o cenário municipal, sem descartar qualquer possibilidade.
Em 2024, o diretório municipal enfrentou divisões. Enquanto uma parte apoiava o então prefeito Braguinha mas sem formalizar coligação, outro grupo formou a Federação Brasil da Esperança, que lançou Lígia Protásio como candidata. Após o pleito, o partido sofreu com o afastamento de algumas lideranças, a começar pela própria candidata.
Atualmente, Pé de Mola mantém interlocução com movimentos sociais e setores ligados ao deputado Messias do MST e ao governador Elmano de Freitas. O grupo da Cactus, por sua vez, busca manter a sua hegemonia de anos e tenta garantir seu espaço, com algumas indicações e secretarias da gestão até o ano passado.
Segundo a Justiça Eleitoral, são 272 filiados petistas em Santa Quitéria. E tradicionalmente, as decisões são marcadas por polêmicas e acirramentos. Até lá, ocorrerão debates e encontros internos.
Outro ponto de tensão recente envolve o gerenciamento das cozinhas do programa Ceará Sem Fome, do Governo do Estado. Em alguns municípios, a responsabilidade, antes da ONG desde o lançamento em 2023, será transferida para a Cooperamuns, cooperativa ligada à reforma agrária, o que também tem gerado repercussões nos bastidores.