O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou sete pessoas pelo assassinato de Maria Heloína Eugênio Barbosa, conhecida como Bia Dançarina, de 45 anos, e do marido dela, Francisco Neto Gomes da Rocha, de 38 anos. O crime aconteceu no dia 13 de fevereiro, no município de Baturité, no Maciço de Baturité. A denúncia foi apresentada à Justiça no último dia 26 de maio.
De acordo com a investigação, o casal foi executado por integrantes de uma facção criminosa, que suspeitavam que Bia repassava informações do grupo para a Polícia.
Entre os elementos reunidos pela Polícia Civil, está um áudio no qual Francisco Edvan Souza Soares conversa com Francisco Afonso Araújo Barreto, o “José”, de 27 anos. Na gravação, os dois comentam sobre a necessidade de “fazer uma limpeza” no Conjunto São Francisco, alegando que havia “Polícia demais” na região. Edvan, apesar de não ter sido denunciado neste caso, é citado no processo como alguém que já articulava a morte de Bia.
A denúncia descreve que a vítima costumava frequentar a Delegacia de Baturité, supostamente devido a desentendimentos pessoais com o marido. No entanto, os criminosos interpretaram as visitas como indícios de colaboração com a Polícia.
O documento também aponta que Bia teve um desentendimento com Edivando dos Santos da Silva, conhecido como “Estrela”, de 27 anos, um dos denunciados. Após o episódio, Raquel Sales Muniz, de 34 anos, apontada como uma das líderes da facção na cidade, ordenou que Bia e o marido deixassem o bairro, sob ameaça de morte.
Segundo o promotor Antônio Forte de Souza Júnior, a chamada “ordem de despejo” foi determinada por Raquel e por Paulo Michael da Costa Freitas, ambos ocupando posição de liderança na organização criminosa, com consentimento de Francisco Afonso.
Além de Raquel, Edivando e Francisco Afonso, também foram denunciados Francisco Jurandir Alves da Silva, o “Didi”, de 32 anos; Gabriel Sales Silva, de 18 anos; e Antônio Rodrigues da Silva Neto, conhecido como “Neto Peru”, de 42 anos. De acordo com o MPCE, os três últimos foram os executores diretos do crime, que ocorreu em plena luz do dia, facilitando o reconhecimento por testemunhas.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que seis dos sete denunciados estão presos. As capturas ocorreram entre março e maio deste ano, em cidades como Maracanaú e Baturité. Apenas Antônio Rodrigues segue foragido.
Bia Dançarina era bastante conhecida na região por se apresentar em feiras e eventos. Ela acumulava mais de 70 mil seguidores nas redes sociais. O casal foi morto a tiros dentro da própria residência. Um dia antes do crime, Bia chegou a gravar um vídeo nas redes sociais relatando que estava sendo ameaçada.