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Família denuncia morte de homem em surto psicótico pela PM durante atendimento do SAMU, no Ceará

Antônio Aldemir, de 50 anos, estava com uma faca. Ele foi baleado cinco vezes por policiais chamados para acompanhar ambulância do SAMU. Um dos tiros foi na cabeça.

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: G1 CE
06/07/2025 às 14h34
Família denuncia morte de homem em surto psicótico pela PM durante atendimento do SAMU, no Ceará
Foto: Reprodução

O agricultor Antônio Aldemir Alves, de 50 anos, foi morto com cinco tiros por uma equipe da Polícia Militar que havia sido chamada para acompanhar o SAMU durante o atendimento ao homem, que estava em surto psicótico. O caso aconteceu no sábado (5) na zona rural de Itapipoca. A família denuncia uso desproporcional de força pelos militares, que atiraram na cabeça de Aldemir. Já a PM fala que reagiu à "injusta agressão".

A família de Antônio Aldemir disse que o homem enfrentava problemas psicológicos há anos e, nos últimos dias, estava sem tomar medicação. No último sábado, ele apresentou comportamentos e falas desconexas, o que fez os familiares chamarem o SAMU para tentar medicá-lo.

A equipe de socorristas foi até a casa de Aldemir, na localidade de Taboca, e também acionou a Polícia Militar para acompanhar a ocorrência. "Meu tio tava em surto, não queria ir pro hospital, a gente pedindo, ele não tava ameaçando a família, não tava batendo em ninguém, não ameaçou os socorristas", disse um familiar.

Imagens mostram o momento em que a viatura com três policiais chega, enquanto Aldemir está na frente da própria casa gritando, com uma faca na mão. Familiares tentam acalmar o homem, que grita para os policiais atiraram nele. Os militares então se posicionam para atirar, no que a família tenta acalmar também os policiais.

"Ele pegou a faca porque disse não queria ir pro hospital, que queria ficar em casa, que não aguentava mais tomar remédio", relatou o familiar. "A viatura chegou, os policiais viram ele com a faca na mão, ele falando que não queria ir pra nenhum canto, que deixasse ele em paz, e aí os policiais já desceram da viatura dizendo que ia atirar nele, mandando a família sair do meio"

Em determinado momento, Aldemir correu e foi baleado pelos militares. Ele foi atingido cinco vezes, sendo duas no tórax, duas na barriga e uma na cabeça. Ele morreu no local. Em vídeo gravado logo após os disparos, um familiar de Aldemir discute com os policiais. "Vocês estão errados, tem que atirar na perna", grita.

A Perícia Forense esteve no local para recolher o corpo de Aldemir. Os militares se apresentaram à delegacia da cidade. Em nota, a Polícia Militar afirmou que Aldemir estava "armado com uma faca estava ameaçando os socorristas e agredindo seus familiares. Os policiais ordenaram que ele largasse o objeto, mas o indivíduo avançou contra a equipe, que reagiu à injusta agressão".