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Por que o Pix entrou na mira de Trump?

Meio de pagamento, lançado no governo Bolsonaro, facilita transações financeiras

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O Globo
16/07/2025 às 17h12
Por que o Pix entrou na mira de Trump?
Luh Fiuza/Metrópoles

O documento em que o governo americano se baseou para abrir investigação contra o Brasil para apurar práticas "desleais" de comércio cita os "serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo", uma referência ao Pix, embora não de forma explícita. Mas por que um meio de pagamento que se tornou tão popular e facilitou tanto a vida do brasileiro entrou na mira dos EUA?

O Pix foi lançado oficialmente em fevereiro de 2020, no governo de Jair Bolsonaro, e rapidamente provocou uma revolução no sistema bancário nacional. Modelos tradicionais como TED e DOC perderam espaço para o pagamento instantâneo, especialmente porque, no Pix, o usuário não paga tarifa e vê o dinheiro na conta logo após de apertar o botão que libera a transação.

No ano passado, foram movimentados R$ 26,455 trilhões em transferências feitas via Pix, segundo dados do Banco Central (BC).

Com isso, bancos perderam receita. E modelos de pagamento como Google Pay e Apple Pay acabam não encontrando um terreno tão fértil para se desenvolverem.

No relatório elaborado pelo Escritório do Representante do Comércio dos EUA (USTR, na sigla em inglês), que será reponsável pela investigação, os EUA alegam que o modelo brasileiro de pagamento pode impactar os negócios de empresas americanas.

"O Brasil parece adotar uma série de práticas desleais em relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer os serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo", diz o documento.

O escritório americano mistura a questão dos meios de pagamento com multas impostas a redes sociais americanas que não obedecerem ordens judicias para suspensão de perfis que postam discurso de ódio. E conclui que essas práticas podem "prejudicar a competitividade das empresas americanas que atuam no comércio digital e nos serviços de pagamento eletrônico, por exemplo, ao aumentar os riscos ou custos, restringir sua capacidade de fornecer serviços ou realizar práticas comerciais".