O tratador de animais Romualdo Sousa Barros, acusado de matar o pesquisador e médico veterinário Saul Gaudêncio Neto, de 37 anos, e balear a namorada da vítima, foi condenado na última quarta-feira (30), em Fortaleza, a 35 anos e seis meses de reclusão, além de três meses de detenção.
O crime aconteceu em julho de 2024, nas imediações da Avenida Hermenegildo de Sá Cavalcante, no Bairro Edson Queiroz, quando o acusado atraiu as vítimas a um local ermo. O homem foi preso no dia seguinte.
O Tribunal da 5ª Vara do Júri de Fortaleza acatou as teses do Ministério Público e condenou Romualdo pelo homicídio triplamente qualificado do veterinário e pela tentativa de homicídio, também triplamente qualificada, da namorada da vítima, que era nutricionista e estagiária em veterinária.
Além disso, o tratador deverá pagar uma reparação de danos, correspondente ao valor de R$ 100 mil aos parentes da vítima do médico veterinário e a R$ 40 mil à vítima sobrevivente.
Conforme a denúncia do Ministério Público, no dia do crime, as duas vítimas se dirigiram à fazenda onde são criados animais para avaliar uma cabra supostamente doente, por insistência de Romualdo.
Após o atendimento veterinário, as vítimas já se preparavam para ir embora, quando o acusado pediu uma carona até as proximidades de um shopping. O carro era conduzido por Saul Gaudêncio. No trajeto, o acusado atirou na nuca do veterinário.
Já a namorada da vítima, conseguiu deixar o veículo para fugir, porém, foi atingida por tiros. Mesmo ferida, ela conseguiu correr e foi socorrida por outra pessoa que passou pelo local.
As investigações apontaram que Romualdo personificou as frustrações profissionais nas duas vítimas, que eram chefes imediatos dele, e planejou o assassinato dos dois como forma de se vingar pelos problemas.
"Nos últimos tempos, ele começou a faltar de forma injustificada e recebia críticas de colegas por se mostrar negligente nas atividades, além de ter escondido na fazenda onde trabalhava uma arma de fogo obtida de forma ilícita, sob o argumento de própria defesa", disse o Ministério Público.
Essa conduta culminou numa suspensão e duas advertências formais do tratador de animais. Apesar disso, o veterinário que foi morto chegou a interceder para que o funcionário não perdesse o emprego, o que não era de conhecimento do tratador.