Um policial militar de 37 anos foi flagrado com oito papelotes de cocaína escondidos na sua cela no 5º Batalhão da Polícia Militar, conhecido como Presídio Militar de Fortaleza, onde cumpre pena por deserção. Os papelotes estavam dentro de uma quentinha que ele, mesmo preso, havia solicitado por um aplicativo de delivery, segundo publicação no Diário Oficial do Estado do Ceará.
O processo foi protocolado em junho, mas a data exata da apreensão não foi divulgada. No fim de julho, o policial passou a ser investigado por esse caso pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD).
Segundo publicação da CGD no Diário Oficial, a droga foi encontrada durante uma vistoria de rotina feita pelo oficial do dia. Não há confirmação se a droga veio junto com o pedido ou se ele a escondeu dentro da embalagem.
A CGD ordenou a instauração de um processo administrativo disciplinar para analisar a conduta do PM e a "incapacidade deste para permanecer nos quadros da Corporação Militar".
O g1 questionou a Polícia Militar sobre como o policial preso conseguiu fazer o pedido de comida por um aplicativo em junho, isto é, utilizando um aparelho celular, e como a quentinha foi entregue ao agente. A corporação respondeu apenas que a reportagem procurasse a CGD, órgão que está investigando o caso administrativa.
A CGD, por sua vez, informou apenas que "instaurou procedimento disciplinar para investigar a ocorrência no âmbito administrativo" e que o processo está em trâmite.
O policial responde a processos de deserção, desacato, ameaça, entre outros, todos referentes a violações do Código Penal Militar (CPM). Ele está preso desde maio de 2024, quando ligou para a Polícia Militar pedindo ajuda e, ao encontrar os agentes, se apresentou como desertor e pediu para ser preso.
Em dezembro de 2024, ele foi flagrado com um celular na cela e, quando o policial de guarda apreendeu o celular, o agente o desacatou e tentou tomar o aparelho. Situação semelhante ocorreu em abril de 2025, quando ele foi novamente flagrado com um aparelho celular no presídio, desacatou, ameaçou de morte e agrediu os policiais que tomaram o aparelho.
Na primeira prisão por deserção, em 2022, o policial alegou problemas mentais e familiares, destacando que possui depressão. A Justiça considerou parcialmente a tese de insanidade mental e solicitou laudos para avaliar seu estado psicológico.