O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) deflagrou a segunda fase da Operação Cena de Botequim, que investiga a venda de obras falsas atribuídas ao pintor cearense Antônio Bandeira. São investigados um perito em obras de arte, uma contadora e um empresário aposentado, além de um servidor público aposentado.
Nas ações desta quarta-feira (6), na segunda fase da operação, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo dois em Fortaleza, um na cidade de São Paulo e dois no município paulista de Caraguatatuba. Segundo o MP, foram apreendidas no total 13 obras de arte de procedência duvidosa, que estavam em posse dos investigados.
As peças foram recolhidas e serão submetidas à perícia técnica especializada. Além das obras, também foram apreendidos aparelhos eletrônicos e documentos que podem conter informações relevantes para as investigações.
A segunda fase da operação foi deflagrada por meio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) do MP cearense. As ordens judiciais para cumprimento dos mandados foram expedidas pela 14ª Vara Criminal de Fortaleza. A ação contou com o apoio da Polícia Civil do Estado do Ceará, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP de São Paulo e da Polícia Interestadual (Polinter) de São Paulo.
O Nuinc continua o trabalho, para identificar outras possíveis pessoas envolvidas, coletar novas provas e responsabilizar os autores dos crimes investigados.
Na primeira fase da Operação Cena de Botequim, deflagrada em 2022, o foco era a coleta de documentos que pudessem indicar a localização dos quadros suspeitos. Na época, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Fortaleza, na residência de um dos investigados e em duas antigas sedes do Instituto Antônio Bandeira. Com as informações do material obtido no cumprimento dos mandados, o MP do Ceará avançou para a segunda fase a fim de apreender obras, documentos e equipamentos eletrônicos pertencentes aos investigados.
Nascido em Fortaleza, em 1922, Antônio Bandeira é um dos mais valorizados pintores brasileiros e tem obras nas maiores coleções particulares em museus do Brasil e do mundo. Renomado mestre da pintura abstrata brasileira – e também mestre das aquarelas –, viveu grande parte de sua vida na França. Conviveu com os pintores da tradicional École de Paris. Faleceu em 1967.