A investigação que levou à Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Civil do RJ em 3 estados, revelou que alguns influenciadores também ganhavam dinheiro em cima do prejuízo dos seus seguidores.
“Alguns influenciadores ganham por valor fechado, segundo o número de postagens; outros ganham naquilo que ficou conhecido como ‘cláusula da desgraça alheia’, onde levam um percentual a partir da perda dos seus apostadores que se cadastram na plataforma com os links divulgados por eles”, afirmou o delegado Renan Mello.
Segundo a polícia, o grupo investigado movimentou R$ 40 milhões nos últimos 2 anos com a divulgação dos jogos de azar. Com os ganhos, os influenciadores gostavam de ostentar: eram viagens internacionais, jatinhos, carros de luxo e mansões.
“Eles têm um padrão de vida elevadíssimo, com ganhos muito acima do plausível para a atividade que exercem”, disse o delegado.
Enquanto a operação estava acontecendo, ainda tinha influenciador divulgando o Jogo do Tigrinho nas redes sociais.
“Pessoas que mostram padrões luxuosos e que ludibriam os seus seguidores com uma finalidade pura e simples de ganância, sem o menor compromisso com a saúde financeira dos seus fãs”, emendou.
No fim da manhã, as gêmeas Paola e Paulina, que juntas têm mais de 10 milhões de seguidores nas redes, apareceram na delegacia acompanhadas de uma advogada. Elas não quiseram se manifestar.
Os alvos
Agentes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) saíram para cumprir 31 mandados de busca e apreensão contra 15 alvos — a maioria, influencers que somam quase 35 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok.
Na casa de Maumau, em SP, agentes encontraram uma arma. Ele foi preso em flagrante.
Fintechs também são alvo da operação, e a Justiça deferiu a quebra do sigilo fiscal dessas empresas.