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Operação Desfortuna: influencers ganhavam com ‘cláusula da desgraça alheia’

Segundo a Polícia Civil, alguns dos alvos de busca nesta quinta-feira recebiam ‘participação’ sobre o dinheiro apostado e perdido no Tigrinho.

Josyvânia Monteiro
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: G1
07/08/2025 às 15h04
Operação Desfortuna: influencers ganhavam com ‘cláusula da desgraça alheia’
Foto: Reprodução

A investigação que levou à Operação Desfortuna, deflagrada nesta quinta-feira (7) pela Polícia Civil do RJ em 3 estados, revelou que alguns influenciadores também ganhavam dinheiro em cima do prejuízo dos seus seguidores.

“Alguns influenciadores ganham por valor fechado, segundo o número de postagens; outros ganham naquilo que ficou conhecido como ‘cláusula da desgraça alheia’, onde levam um percentual a partir da perda dos seus apostadores que se cadastram na plataforma com os links divulgados por eles”, afirmou o delegado Renan Mello.

Segundo a polícia, o grupo investigado movimentou R$ 40 milhões nos últimos 2 anos com a divulgação dos jogos de azar. Com os ganhos, os influenciadores gostavam de ostentar: eram viagens internacionais, jatinhos, carros de luxo e mansões.

“Eles têm um padrão de vida elevadíssimo, com ganhos muito acima do plausível para a atividade que exercem”, disse o delegado.

Enquanto a operação estava acontecendo, ainda tinha influenciador divulgando o Jogo do Tigrinho nas redes sociais.

“Pessoas que mostram padrões luxuosos e que ludibriam os seus seguidores com uma finalidade pura e simples de ganância, sem o menor compromisso com a saúde financeira dos seus fãs”, emendou.

No fim da manhã, as gêmeas Paola e Paulina, que juntas têm mais de 10 milhões de seguidores nas redes, apareceram na delegacia acompanhadas de uma advogada. Elas não quiseram se manifestar.

Os alvos

  • Anna Beatryz Ferracini Ribeiro, a Bia Miranda: 9,7 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok
  • Paola de Ataíde Rodrigues, a Paola Ataíde: 6 milhões
  • Tailane Garcia dos Santos Laurindo, a Tailane Garcia: 4,5 milhões
  • Paulina de Ataíde Rodrigues, a Paulina Ataíde: 4,4 milhões
  • Maurício Martins Junior, o Maumau ZK: 3,5 milhões
  • Rafael da Rocha Buarque, o Buarque: 2,8 milhões
  • Jenifer Ferracini Vaz, a Jenny Miranda: 1,2 milhão
  • Nayara Silva Mendes, a Nayala Duarte: 491 mil
  • Lorrany Rafael Dias, a Lorrany Rafael: 343 mil
  • Samuel Sant Anna da Costa, o Gato Preto: 294 mil
  • Vanessa Vatusa Ferreira da Silva, a Vanessinha Freires: 203 mil
  • Tailon Artiaga Ferreira Silva, o Mohammed MDM: 195 mil
  • Ana Luiza Ferreira do Desterro Guerreiro, a Luiza Ferreira: 112 mil
  • Micael dos Santos de Morais, da Agência MS: 15 mil

Agentes da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) saíram para cumprir 31 mandados de busca e apreensão contra 15 alvos — a maioria, influencers que somam quase 35 milhões de seguidores no Instagram e no TikTok.

Na casa de Maumau, em SP, agentes encontraram uma arma. Ele foi preso em flagrante.

Fintechs também são alvo da operação, e a Justiça deferiu a quebra do sigilo fiscal dessas empresas.