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Ex-delegado de Santa Quitéria é condenado e pagará multa por liberar veículos apreendidos e prejudicar investigações

Milson Teixeira, em maio de 2014, teria liberado veículos apreendidos sem ordem judicial

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
14/08/2025 às 19h42 Atualizada em 14/08/2025 às 19h57
Ex-delegado de Santa Quitéria é condenado e pagará multa por liberar veículos apreendidos e prejudicar investigações
Foto: Emanuell Coelho

A 2ª Vara Cível da Comarca de Santa Quitéria acatou ação ajuizada pelo Ministério Público e condenou o ex-delegado José Milson Teixeira e Pinho, por improbidade administrativa, com o pagamento de multa no valor de R$ 10 mil. Ele, à frente da Delegacia de Polícia Civil do município em maio de 2014, teria liberado veículos apreendidos sem ordem judicial ou sem considerar a relevância como provas em procedimentos criminais.

A Promotoria constatou que o ex-delegado liberou um veículo apreendido envolvido em um homicídio culposo no trânsito, que ainda tramitava na Justiça, causando um prejuízo ao andamento do processo. Entre as condutas irregulares atribuídas a Milson, estavam a liberação indevida de bens apreendidos sem autorização judicial, a existência de registros vagos e irregulares nos livros de controle de bens apreendidos e a devolução de veículos identificados unicamente pelo modelo, sem formalização de inquérito policial ou submissão à perícia técnica.

Segundo inspeção da Promotoria na época, a Delegacia se encontrava em estado de abandono, especialmente quanto à gestão documental e patrimonial. Além disso:

  • os veículos apreendidos estavam armazenados de forma desorganizada e deteriorada;
  • inexistia livro de entrada e saída de veículos apreendidos;
  • as armas e equipamentos estavam largados no chão do gabinete do delegado;
  • não havia controle formal da remessa e recebimento de armas para fins periciais;
  • diversos objetos apreendidos não possuíam procedimento investigatório correspondente;
  • boletins de ocorrência estavam arquivados sem qualquer providência;
  • e foram encontradas bebidas alcoólicas no interior do gabinete dele.

No período das denúncias, Teixeira negou as acusações e disse que os veículos foram liberados "atendendo formalidades administrativas e legais, mediante termo de restituição e requisição de perícia e outros atendendo a decisões judiciais". "Sou profissional de Polícia há 34 anos e nada existiu neste tempo, que desabonasse minha conduta moral e social", disse ao jornal Diário do Nordeste.