Um casal foi preso nesta terça-feira (2) suspeito de envenenar com arsênio um médico de 90 anos dentro da própria clínica na Praia do Canto, em Vitória (ES). A Polícia Civil investiga se o envenenamento foi feito para tentar encobrir um desvio de cerca de R$ 700 mil feito por Bruna Garcia Barbosa Marinho, que trabalhou na empresa da vítima por cerca de 12 anos.
Allysson Oliveira Marinho, companheiro de Bruna, seria o principal beneficiado com a fraude, que teria acontecido entre os anos de 2023 e 2025.
Após o desvio, o médico começou a apresentar sintomas compatíveis com intoxicação crônica por arsênio: diarreia, vômitos, anemia, inchaço nos membros e perda de peso. O médico só desconfiou das ações da funcionária em março deste ano.
Segundo a investigação, laudos periciais confirmaram a presença de óxido de arsênio no frasco encontrado e atestaram o envenenamento da vítima. A defesa do casal nega as acusações e informou que somente após a prisão dos clientes que souberam da investigação.
Dois inquéritos policiais investigam os fatos sobre o médico e a clínica. Um deles, iniciado em 6 de agosto, na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), apontou que a mulher detida exercia função de confiança, controlava o setor financeiro e também era a responsável pela rotina alimentar do médico.
Em março, a vítima e a esposa desconfiaram de que a funcionária estava desviando recursos da clínica e que o dinheiro caía direto na conta pessoal de Bruna. O médico informou que após ser confrontada com as informações, a mulher se demitiu. Já em abril, a esposa do médico descobriu com cheques em nome do marido e frascos de arsênio e laxante na unidade médica em um local que era utilizado por Bruna.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o arsênio é uma das 10 substâncias de maior preocupação para a saúde pública. A exposição a arsênio pode causar intoxicação alimentar e reações similares a alergias, câncer em caso de exposição recorrente, e até morte.