Um cão foi baleado, nesta quinta-feira (25), na comunidade do Para-Pedro, em Irajá, na Zona Norte. Relatos afirmam que o cachorro havia sido "jurado de morte" por traficantes do local. O animal é o segundo ferido por tiros em menos de 24 horas nas favelas do Rio. Na quarta-feira (25), uma cadelinha acabou atingida durante um tiroteio no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na mesma região. 

De acordo com a Secretaria Municipal de Proteção de Defesa dos Animais, uma equipe recebeu um chamado para resgatar um cão baleado na pata e moradores contaram que ele havia sido "jurado de morte" por bandidos. Ainda não há informações sobre o que motivou o crime, mas o secretário Luiz Ramos Filho diz que os animais têm sido atacados por incomodar ou avançar nos criminosos da comunidade. 

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"Assim que recebemos o chamado, fomos apanhá-lo, porque além de estar ferido, corria risco de ser morto. Temos atendido muitos animais baleados. Ou o animal é baleado em confronto entre policiais e bandidos ou o bichinho é jurado de morte, porque incomodou o chamado "poder paralelo". Só por ter latido ou avançado já é o suficiente para ser mais um nas estatísticas da violência, da brutalidade. Nem os animais escapam dessa situação de barbarie extrema que temos vivido", lamentou o secretário. 

O cachorrinho foi encaminhado ao Hospital Veterinário Jorge Vaitsman, na Mangueira, também na Zona Norte, e foi operado pelo cirurgião-geral Eduardo Ozório. O cão quebrou a pata dianteira esquerda e perdeu um dedo, mas passa bem. Ele ficará em um abrigo municipal aguardando adoção. "Não sabemos por que foi jurado de morte. Aparentemente, é muito dócil. Já ganhou o nome de Irajá", contou o veterinário. O profissional já havia operado uma gatinha baleada durante confronto em uma favela na semana passada. 

Na quarta-feira, a cadelinha Nina foi baleado em um confronto entre policiais militares e bandidos, no Morro do Juramento. Ela estava na frente de casa, quando acabou atingida por um disparo que entrou pelo tórax e saiu pela pata esquerda dianteira. Depois de receber os primeiros socorros no posto médico veterinário do bairro, precisou ser encaminhada ao Hospital Jorge Vaitsman. O cãozinho recebeu um fixador externo e deve fazer novas cirurgias para evitar amputação, mas passa bem.