23°C 37°C
Santa Quitéria, CE
Publicidade

Prêmio Nobel da Paz 2025 vai para María Corina Machado por sua luta pela democracia na Venezuela

Líder opositora venezuelana foi reconhecida por sua defesa pacífica da democracia e dos direitos humanos em meio à crise política no país.

Raflézia Sousa
Por: Raflézia Sousa Fonte: G1
10/10/2025 às 09h06
Prêmio Nobel da Paz 2025 vai para María Corina Machado por sua luta pela democracia na Venezuela
Foto: Alfredo Lasry R/Getty Images via BBC

Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado é a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2025, anunciou o Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, nesta sexta-feira (10).

A líder opositora venezuelana foi reconhecida “por seus esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”. O prêmio totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).

Corina Machado é a 20ª mulher a vencer o Nobel da Paz. Ela vive escondida na Venezuela desde que contestou amplamente o resultado das eleições presidenciais ocorridas em julho de 2024, marcadas pela falta de transparência e que deram a reeleição ao presidente Nicolás Maduro. O resultado não é reconhecido internacionalmente.

A líder opositora foi impedida de concorrer nessa eleição. Desde o pleito, o regime Maduro aumentou a repressão sobre ela e outros nomes da oposição, como o candidato Edmundo González. Corina Machado vive escondida na Venezuela e foi presa brevemente no ano passado. 

‘Uma das vozes mais corajosas da América Latina’

Segundo o Comitê Norueguês, María Corina Machado foi laureada por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”.

O texto do comitê descreve a opositora como uma figura unificadora em um cenário político antes fragmentado, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e da restauração do Estado de Direito.

“A democracia é uma condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que se erguem e resistem”, destacou o comunicado.

Machado é fundadora do movimento Súmate, criado há mais de 20 anos para fiscalizar eleições e promover o voto livre no país. Ela se tornou símbolo da resistência ao regime de Nicolás Maduro, enfrentando perseguições, bloqueio de candidatura e ameaças à própria vida — mas, mesmo assim, decidiu permanecer na Venezuela.

“Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”, diz o comitê.