
Um estudo inédito da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) revelou as grandes “cicatrizes de fogo” deixadas pelas queimadas no Ceará entre 2020 e 2024. Em Santa Quitéria, os números mostram a gravidade do problema: em 2022, a cidade ocupou a 2ª posição entre as mais afetadas, com 32,65 km² de área atingida; em 2023, foi a 10ª colocada, com 35,43 km²; e em 2024, subiu para a 5ª posição, com 32,24 km².
A pesquisa, conduzida pelos geógrafos Manuel Rodrigues de Freitas Filho e Níveo Moreira da Rocha, mapeou como o fogo afeta o solo, gerando impactos negativos para a agricultura. A análise das cicatrizes permite identificar padrões, localizar áreas sensíveis e auxiliar na criação de estratégias para a atuação de órgãos ambientais.
No Ceará, as queimadas ocorrem principalmente entre setembro e dezembro, período conhecido como “BR-O-Bró”, que coincide com a estação seca mais intensa.A escassez de água e a baixa umidade do ar favorecem a propagação do fogo, sendo esses meses a base da série histórica avaliada pelos pesquisadores.

Durante esse período de calor intenso, os quiterienses enfrentaram problemas críticos tanto na zona rural quanto na sede do município. Incêndios em terrenos e às margens de estradas se tornam mais frequentes, demandando da atuação dos bombeiros.