Um professor de 18 anos, que atua como monitor voluntário na Escola Municipal Mozart Pinto, no bairro Jardim América, em Fortaleza, foi denunciado pela mãe de uma aluna de 11 anos. De acordo com a denúncia, o professor teria se aproveitado de sua posição para aliciar, fazer investidas libidinosas e criar uma relação emocional inadequada com a criança. O caso foi formalmente registrado pela mãe, que procurou o Conselho Tutelar e a Polícia para denunciar a conduta do educador.

A mãe da menina desconfiou do comportamento do professor após encontrar um bilhete suspeito dentro do bolso da filha. O bilhete estava escrito com uma letra adulta, o que a fez questionar a origem da mensagem. Ao ser interrogada, a criança revelou que o bilhete era do seu professor. A partir disso, a mãe iniciou uma investigação, encontrando mensagens mais comprometedoras no diário da filha, nas quais o professor se declarava para a menina e a convidava para morar com ele. Ao perceber a gravidade da situação, a mãe entrou em contato com o suspeito, que teria tentado subornar a família, oferecendo dinheiro para que a denúncia não fosse feita.

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Bilhetes e perfil falso nas redes sociais

Além das mensagens e bilhetes, a mãe descobriu que o professor mantinha um perfil falso no Instagram, com uma foto de desenho animado e um nome fictício, para se comunicar com outras crianças. O perfil, que era seguido por oito menores, reforçou a suspeita de que o educador estava tentando estabelecer contatos inadequados com várias crianças da escola. O comportamento do professor, de acordo com a mãe, era de clara aproximação indevida com as alunas, o que gerou grande desconforto e desconfiança por parte dos pais.

O caso foi ainda mais grave após a descoberta de mensagens enviadas pelo professor, que continham um teor romântico e intimista. Em uma das mensagens, ele dizia que a aluna era a única pessoa que o compreendia e que ele desejava muito que ela morasse com ele. Outro bilhete encontrado pela mãe continha declarações sugestivas e apaixonadas, o que indicaria que o professor estava tentando criar uma relação emocional excessiva com a criança, o que configura abuso de poder e manipulação.

Preocupada com a segurança de sua filha e de outras crianças, a mãe procurou a direção da escola, onde descobriu que a coordenadora já havia notado comportamentos estranhos por parte do professor, mas não havia tomado medidas imediatas. A falta de ação por parte da escola gerou indignação e aumentou a gravidade da situação. Somente após a intervenção do Conselho Tutelar, o professor foi demitido e afastado de suas funções. A comunidade escolar, no entanto, questiona a falta de fiscalização e a ausência de medidas preventivas por parte da instituição.

O que diz a Secretaria Municipal de Educação

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que o professor foi imediatamente desligado da escola assim que a denúncia foi feita. A Secretaria também afirmou que a identidade da criança está sendo preservada e que a família recebeu apoio psicológico e assistencial. Além disso, a direção da escola adotou todas as medidas legais e administrativas necessárias, colaborando com as investigações das autoridades. A SME ressaltou que a segurança das crianças nas escolas é uma prioridade e que a situação está sendo acompanhada de perto.

As autoridades agora investigam o caso sob a possibilidade de crime sexual contra vulnerável, e a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e Adolescente (DCECA) dará continuidade às apurações. A gravidade das evidências já coletadas até o momento, como as mensagens e as gravações feitas pela mãe, podem ser determinantes para o desfecho do caso. A comunidade escolar e a sociedade em geral são alertadas sobre a importância de manter um ambiente seguro para as crianças, com uma fiscalização rigorosa das práticas de educadores e monitores.