
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2) que teve uma conversa “muito boa” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ligação de cerca de 40 minutos na qual trataram da retirada de tarifas sobre produtos brasileiros e da cooperação no combate ao crime organizado internacional. Segundo o Planalto, Lula pediu a revisão de taxas que ainda incidem sobre parte das exportações nacionais.
Ao comentar a ligação, Trump destacou que discutiu com Lula temas ligados a sanções e comércio exterior. “Falamos sobre sanções porque, como você sabe, impus sanções relacionadas a certas coisas que aconteceram. Mas tivemos uma conversa muito boa. Eu gosto dele. Muito bom”, afirmou o presidente americano, lembrando que os dois já tiveram outras reuniões positivas.
O governo dos Estados Unidos divulgou documento em que Trump afirma que a revisão tarifária decorre de “avanços iniciais” nas tratativas bilaterais. O texto cita a ligação realizada em 6 de outubro, quando os dois presidentes concordaram em iniciar negociações sobre pontos sensíveis do Decreto Executivo 14323, que sustenta o tarifaço aplicado ao Brasil.
O Palácio do Planalto informou que Lula considerou “muito positiva” a decisão dos Estados Unidos de retirar a tarifa adicional de 40% sobre produtos como carne, café e frutas. A medida, anunciada em novembro, ampliou para mais de 200 itens a lista de exceções ao tarifaço, que inicialmente abrangia quase 700 produtos.
Apesar do avanço, Lula destacou que outros setores continuam sujeitos a sobretaxas e defendeu rapidez nas negociações. O governo brasileiro afirma que ainda há impacto significativo sobre exportadores e que a revisão das tarifas seguirá como prioridade nas conversas bilaterais.
A retirada parcial da tarifa pelo governo americano passou a valer para mercadorias que entraram nos Estados Unidos a partir de 13 de novembro, beneficiando itens como carnes, frutas, castanhas e especiarias.
Outro ponto da conversa entre os dois líderes foi o combate ao crime organizado. Lula ressaltou a necessidade de reforçar a cooperação com os Estados Unidos e mencionou recentes operações conduzidas pelo governo federal para asfixiar financeiramente organizações criminosas com ramificações no exterior.
Segundo o Planalto, Trump afirmou ter “total disposição” em trabalhar de forma conjunta e apoiar iniciativas bilaterais na área de segurança. As equipes dos dois países devem manter novas conversas nas próximas semanas para acompanhar o andamento das negociações.