
O deputado federal André Fernandes (PL) anunciou, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 2, que as negociações com o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PSDB) estão suspensas por tempo indeterminado.
Segundo Fernandes, a suspensão das negociações com Ciro n o Ceará foi motivada principalmente por um “ruído de comunicação” interno e pelo impacto da restrição de comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso por tentativa de golpe. A declaração foi feita após reunião da cúpula nacional do PL, em Brasília.
“Mas ao que tudo indica, pelo momento, nós vamos dar uma pausa, nós vamos repensar. Vamos analisar um futuro melhor para o Estado do Ceará e eu agradeço a confiança de continuar à frente nessa articulação. Espero poder ajudar e contribuir para que o Ceará se livre do PT no Estado, mas também dê a parcela de ajuda nacionalmente”, afirmou o deputado federal.
Ao ser questionado sobre o período em que as articulações estão suspensas, Fernandes acrescentou que “não há prazo” para a retomada. O deputado federal menciona que, embora Bolsonaro e os senadores Flávio Bolsonaro e Rogério Marinho estivessem cientes das articulações com Ciro desde abril, o desconhecimento por parte de Michelle Bolsonaro resultou em desentendimento durante o evento de lançamento da pré-candidatura do senador Eduardo Girão (Novo) ao Governo do Estado, neste domingo, 30.
“A gente começou a avançar lá atrás, ainda com o aval de Jair Bolsonaro, a ciência e a autorização do presidente Jair Bolsonaro, Flávio está aqui do meu lado e acabou de dizer isso. Essas articulações com Ciro Gomes, que vem se colocando aí como oposição, feito oposição ao governo do PT no Estado do Ceará e mesmo que não tenha dito ainda que é pré-candidato ao governo do estado do Ceará, é o que está posto aí por muita gente”, defendeu André Fernandes.
O parlamentar cearense estava ao lado dos senadores Flávio Bolsonaro (PL) e Rogério Marinho (PL) durante a coletiva. Ao tomar a palavra, Flávio reiterou que descontentamento de Michelle foi fruto de um ruído de comunicação. “Todo mundo viu que mais uma vez houve um ruído de comunicação e todo mundo querendo acertar”, afirmou."
Não tem divergência entre a gente, não tem briga, não tem confusão. Foi uma falha na nossa comunicação, na qual o André estava fazendo movimentos autorizados pelo Bolsonaro e a Michele não tinha conhecimento. Ela tem toda a razão de olhar para situação, como somos atacados muito no CPF, fora da política, que ela se indignar e como família, eu também sou alvo disso", justificou o senador.
"Em nota, o PL informou que André Fernandes "continua encarregado de buscar uma alternativa viável, que respeite os valores e princípios ligados à direita conservadora e que aumente as chandes de derrotar o projeto da esquerda no estado, capaz de reestabelecer a segurança, a ordem e o bem-estar dos cidadãos no Ceará".
"(...) as conversações que vinham sendo realizadas com o PSDB estadual estão suspensas. A estratégia a ser adotada pelo PL será definida após a análise e a aprovação, por parte da cúpula nacional e da presidência estadual do partido, das alternativas e projetos que serão apresentados pelo Deputado André Fernandes".
Conforme apuração do colunista Guilherme Gonsalves, a reunião do PL decidiu vetar a aliança com Ciro Gomes no Ceará. Fontes confirmaram ao jornalista que André Fernandes comunicou por mensagem a decisão do partido. Os oposicionistas cearenses foram pegos de surpresa.
O desentendimento dentro do partido veio após fala de Michelle no Ceará. Durante discurso no evento de Eduardo Girão, a ex-primeira-dama criticou o Fernandes por articular aliança em torno de Ciro Gomes (PSDB) para disputa pelo Governo do Estado. Michelle deu um “puxão de orelha” no PL Ceará por conta da aproximação com Ciro. Na ocasião, ela citou nominalmente Fernandes e disse que, apesar do “orgulho” que sentia por ele, não seria viável apoiar uma pessoa que já criticou o ex-presidente.