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Motociclistas lideram as mortes violentas no trânsito no Ceará

Motociclistas lideram as mortes violentas no trânsito no Ceará

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
08/06/2012 às 20h51 Atualizada em 08/06/2012 às 20h51
Motociclistas lideram as mortes violentas no trânsito no Ceará
Foto: Reprodução
Tentava a vida em Fortaleza, enquanto a mulher e o filho o esperavam em Barreira, a 75,5 quilômetros da Capital. “Uma caçamba (caminhão) bateu nele. Não teve jeito”.Entre 2002 e 2011, 4.106 pessoas morreram em acidentes de moto no Ceará, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran-CE). Em dez anos, o crescimento foi de 194,9%.Em 2002, das 1.289 mortes, 258 vítimas fatais estavam de moto. No ano passado, das 2.091 pessoas que morreram, 761 pilotavam motocicleta. O número, em 2011, corresponde a 36,39% dos acidentes fatais no trânsito. Isso quer dizer que, no ano passado, foram os motociclistas que mais morreram nas vias do Ceará. A estatística também foi a maior já registrada aqui desde 2002. Entre as vítimas fatais de acidentes de trânsito em 2011, a maioria foi homens, dos 30 a 59 anos.Para órgãos de trânsito, o aumento da frota associado à imprudência contribuiu para o crescimento dos números. Em 2004, por exemplo, eram 282.826 motocicletas. O número correspondia a 31,7% da frota. Em 2011, subiu para 837.413, correspondendo a 43,1% do total de veículos. “Quanto mais carros, maior o conflito para conseguir um espaço na rua”, avaliou o chefe do núcleo de trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito (AMC), Arcelino Lima.A professora do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Sobral, Gislene Macêdo, que pesquisa Mobilidade Humana, frisou que a moto surgiu como uma “boa” alternativa à mobilidade das vias. “Além do acesso à compra ser facilitado, a moto é mais ágil, mais veloz, mais econômica... Quem enfrenta o trânsito cotidiano tem mais fluidez no tráfego”.Com o aumento da frota, segundo ela, o espaço reduz e quem está nas vias faz de tudo para ocupar o seu território. É nesse momento que atitudes de desrespeito às leis de trânsito se tornam comuns. “Costurar” entre os carros e não respeitar o limite de velocidade, por exemplo, colocam a vida de quem pilota em risco.Segundo Arcelino Lima, pilotar entre os carros está entre as infrações mais cometidas por motociclistas, junto com a falta de uso do capacete. O POVO tentou ter acesso aos números, mas a assessoria de imprensa da AMC informou, por meio de nota, que o presidente Fernando Bezerra não estava permitindo que estatísticas sobre multas fossem repassadas.

O POVO