A escassez de chuvas, que segundo a Defesa Civil fez com que 171 municípios cearenses entrassem em estado de emergência neste ano, já cortou em mais da metade o valor inicialmente previsto para ser arrecadado com a produção agrícola do Estado durante todo o ano. Prova disso é que, de acordo com cálculo da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), relativo a agosto, o Valor Bruto da Produção (VBP), que é a soma do montante das principais lavouras do Ceará, está estimado em R$ 1 bilhão, queda de 52,6% na comparação com os R$ 2,2 bilhões registrados em 2011 e que se concretizou como a maior entre todos os estados brasileiros.O valor que deve ser arrecadado com a agricultura do Ceará também já é o menor nos últimos sete anos, ficando inclusive abaixo do fraco R$ 1,1 bilhão registrado em 2005. Na comparação com os outros estados, a queda do VBP cearense mostrou o quanto foi intensa, ficando bastante acima da registrada em Tocantins (-28%), segunda região que mais teve queda.O VBP é obtido por meio das informações de safras e dos preços. Os ajustes nas quantidades e nos valores mês a mês é que vão definindo a estimativa de valor para o ano em curso."O que me preocupa é que ainda temos uma previsão de seis meses de estiagem e o governo federal não está se mobilizando para mudar esse cenário. Precisamos de solução imediatas, como incentivos na área de irrigação, pois não conseguiremos recuperar todos os prejuízos em 2013", explica o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya. "A verdade é que o nosso Estado estará mais pobre no campo quando o próximo ano chegar".
- DN