Um cenário assustador para professores de Santa Quitéria e todo o Brasil, que tiveram que se reinventar em pouco tempo para que o fluxo das aulas não fosse comprometido. Habituados a usarem em muitas vezes apenas a voz como instrumento de ensino, os docentes tiveram que se adaptar aos computadores e celulares que passaram a ser ferramentas indispensáveis nessa pandemia.
De acordo com a diretora Gisela Araújo, da EEEP Monsenhor Luís Ximenes, o início da retomada das aulas nesse formato foi algo muito desafiador, mas com o passar dos meses com a adaptação, ficou mais fácil. Para a docente, além do uso da tecnologia, o apoio e a presença dos pais é algo indispensável durante essas aulas.
O primeiro semestre de 2020 foi desafiador, segundo semestre já foi uma realidade mais conhecida de trabalhar de forma remota, fomos aprimorando as estratégias, as ações junto aos alunos, fortalecendo a parceria com os pais.
Para a professora da educação infantil na rede particular de Santa Quitéria, Taís Aragão, a educação ainda terá diversas dificuldades a longo prazo, em todos os níveis educacionais, e a implementação das ferramentas tecnológicas foi um ponto positivo desse período.
A educação nunca mais será a mesma, todos nós educadores e educandos, estamos aprendendo a lidar com o novo, com o imprevisível. Já era uma tendência educacional do futuro inserir mídias, tecnologias na educação básica e a pandemia veio para acelerar esse processo.
Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Península, com mais de 2.000 professores da educação básica de todo o Brasil, das redes privada e pública, de todos as modalidades e níveis educacionais, desde o início da pandemia, os docentes relatam sobrecarga de trabalho. É o que relata a professora da rede pública Regina Cláudia, que com as aulas remotas o rendimento dos estudantes sofreu diminuição e muitos deles faltam as aulas.
Eu vivo muito cansada de trabalhar. É pra eu trabalhar só 100 horas, a gente trabalha é todo hora. Porque toda hora chega atividade e você não pode dizer não, porque as vezes o aluno não tem internet, aí você precisa ajudar, porque naquele momento que ele teve chance.
Já a pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, para 78% dos professores que participaram da pesquisa, crianças da pré-escola, de 4 e 5 anos, apresentaram sinais de déficit no desenvolvimento da expressão oral e corporal. O que confirma o quanto as relações presenciais nos primeiros anos escolares são importantes para os pequenos.
Mas é fato, que em meio a todas essas dificuldades e carga de trabalho duplicada e triplicada, que todos os professores torcem por uma volta das aulas presenciais rápida, segura e responsável.