Com quatro décadas, AABB Santa Quitéria resiste à ação do tempo; mesmo com reabertura frustrada, sócios planejam pós-pandemia

Associação Atlética Banco do Brasil. Quatro palavras e um lugar que remonta facilmente à memória dos quiterienses, que tem hoje 30 a 40 anos e que curtiram o auge daquele complexo de lazer com vários equipamentos esportivos e recreativos. Passados 40 anos de sua abertura, a gigante estrutura no bairro Boa Vida resiste com a ação do tempo, diante de uma tentativa de reabertura fracassada e sucedida pelos impactos da pandemia.

O prédio dispõe de duas piscinas, campo de futebol, quadra poliesportiva, amplo salão de festas e eventos e ainda um anexo para tênis de mesa e sinucas. Imagens aéreas obtidas pelo A Voz de Santa Quitéria mostram que a AABB está em estado de abandono. Fechada desde os primeiros decretos da Covid, o mato toma de conta em todo o espaço e as piscinas sem condições de uso, com o lodo e a sujeira.

A situação é confirmada por um responsável pelo clube, que optou por não dar entrevista, mas nega a palavra “abandono”. Segundo ele, está fechado desde o primeiro decreto governamental e que não recebeu manutenção antes por não haver nenhum uso, apesar dos sócios efetivos continuarem fazendo suas contribuições mensais e que deverá fazer algumas intervenções básicas nas próximas semanas.

Em 2017, após uma década e meia parada, a AABB iniciou uma campanha de reabertura com a adesão de sócios comunitários que usufruíam por até 24 meses, mediante pagamentos para a reforma dos toboáguas, piscinas e implantação de um parque infantil. Durante o período e até hoje, ex-usuários passaram a fazer críticas e a apontar que houve pouco investimento para que o funcionamento tivesse total êxito. O responsável rebate, ao citar que tais comentários são feitos por quem menos se interessa pelo ambiente e garante que tudo o que estava em contrato foi executado e entregue e que a maior parte dos sócios não usufruíram.

Para ele, de fato, as adesões foram malsucedidas, com um número ínfimo diante do esperado – acreditava otimista que seria acolhido por toda a população, como no passado – e que acabaram amargando prejuízos nos equipamentos instalados.

De acordo com Clodoaldo Soares do Nascimento, vice-presidente da Federação Nacional de AABBs, no caso da associação de Santa Quitéria, não há uma diretoria constituída, mesmo que exista um grupo de funcionários da agência local do Banco do Brasil que vem desenvolvendo ações para tentar compô-la, mas que não logrou êxito até o momento, o que ele considera elemento essencial para o seu funcionamento. 

“Esta Federação permanecerá atenta aos acontecimentos, com disposição e interesse em apoiar iniciativa dos associados que visem o soerguimento do clube, mas para tanto é necessário substancial mobilização da comunidade local, inclusive com significativo incremento de associados, bem como, que exista entre eles pessoas com disposição para gerir a associação, pois do contrário resta a dissolução da pessoa jurídica com a consequente extinção e encerramento das atividades”, ressaltou o vice-presidente.

Para o futuro, quando a pandemia estiver 100% superada, o gerente local reforçou que pretende voltar a funcionar a AABB quiteriense e que desta vez, se torne viável economicamente como nos velhos tempos.

A AABB Santa Quitéria foi marcada pelos banhos de piscina aos domingos, as festas dançantes – chitões, festas de setembro (quando se comemorava o aniversário do Banco no município), os Reveillons, desfile Top Girl da UNISQ; campeonatos esportivos e vesperais. Grandes bandas passaram pelo seu palco, como Black Banda, Alta Tensão, Passaporte, Agitadores do Som, Sirano e Sirino e nacionais como Trepidants, Dominguinhos e Beto Barbosa. Este último, em 1990, foi o maior sucesso de público, que até mesas foram montadas em torno das piscinas, bem distante do salão principal.