Entre os entrevistados, 49,40% acreditam que a abertura da Mina de Itataia beneficiará mais o município de Itatira, enquanto 39,76% afirmaram que Santa Quitéria será o município mais beneficiado e apenas 10,84% citou Canindé. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 6 de junho, com 100 pessoas dos bairros da cidade.
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O Consórcio Santa Quitéria afirma que deverão ser criados durante as obras, cerca de 8.400 novos postos de trabalho diretos e indiretos e 538 diretos na fase de operação da mina. Para os quiterienses, a geração de emprego é o principal ponto positivo para a abertura da mina.
Em setembro de 2020, um Memorando de Entendimentos assinado entre o Governo do Estado, a INB e a Galvani prevê empenho de esforços mútuos para aceleração do projeto, passando pela qualificação da mão de obra - cursos profissionalizantes para as pessoas no entorno -, fornecimento de água e energia - adutora para os assentamentos Morrinhos, Queimadas e Riacho das Pedras - e a melhoria das estradas CE-366 e a pavimentação do trajeto que liga Lagoa do Mato à Fazenda Itataia.
Impacto nas comunidades dos arredores da mina
Segundo Rejane Mateus, moradora do assentamento Queimadas, a exploração da mina terá impacto negativo socialmente. Durante a audiência do Projeto Santa Quitéira, Rejane refutou o projeto por não levar em consideração as comunidades do entorno da mina que serão impactadas diretamente com o empreendimento. “Para nós não tem nada, para as nossas comunidades. Pode não me atingir, mas vai atingir os meus netos, meus filhos”, falou sobre as possíveis consequências negativas.
Nos arredores da mina de Itataia, vivem comunidades tradicionais, porém conforme apontado pela pesquisadora da Universidade Federal do Ceará, Renata Catarina Maia, esses povos não estão incluídos nos estudos ambientais. “O estudo de impacto ambiental e o relatório de impacto ambiental apresentados apontam que não existem povos e comunidades tradicionais, mas eles existem, estão vivos e ocupam tradicionalmente essa região. No caso dos povos indígenas são territórios originários”, afirmou.