De acordo com o ex-secretário de Saúde do município, Adeilton Mendonça, as principais demandas dos quiterienses na Santa Casa são nos setores de obstetrícia, traumato-ortopedia, neurocirurgia, oncologia e terapia renal substitutiva, além do Hospital do Coração, que abrange toda a área de cardiologia. “A oncologia e a hemodiálise são duas clínicas altamente preocupantes, porque se caso vir a acontecer [a suspensão], seria uma verdadeira catástrofe não só para os quiterienses, mas para a Zona Norte como um todo”, afirmou.
O profissional explicou que o repasse de recursos se dá por meio da Programação Pactuada Integrada (PPI), considerando a série histórica de procedimentos feitos, embora que estes valores estejam bastante aquém da realidade e que o próprio hospital acaba atendendo mais do que a demanda programada. “A tabela SUS é muito inferior ao que o mercado exige. Depois da Covid, as coisas subiram muito e saúde é tecnologia cara. O que o Ministério da Saúde repassa pra Santa Casa é bem abaixo e isso gera um déficit financeiro enorme”, apontou Mendonça.
Em
nota divulgada ontem, a SCMS alega sofrer com "descontos extremamente injustos nos incentivos federais destinados ao custeio do serviço prestado" e com a "exigência de metas impraticáveis e, consequentemente, com a diminuição nas verbas que lhe pertencem e que são essenciais para a sua manutenção", calculando um prejuízo mensal na ordem de R$ 2,5 milhões.
Durante os 11 meses em que esteve à frente da saúde de Santa Quitéria, principalmente no período crítico da pandemia, Adeilton afirmou que o
município recebeu um grande apoio do Complexo Santa Casa. “Já imaginou no auge da Covid, não ter a Santa Casa? Eles salvaram não só os seus enfermos, mas nos salvou também, enchendo os cilindros de oxigênio diariamente quando faltou no mercado. A Santa Casa salvou vidas, faz um trabalho não só na parte de curar os pacientes, mas na parte de solidariedade”, expressou o enfermeiro.
A Voz de Santa Quitéria procurou o atual secretário da pasta, Igor Vale, para comentar sobre o assunto, mas o mesmo não retornou ao contato feito pela reportagem até o fechamento da matéria.