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Filha relata que pai morreu após ser atendido por falso médico preso no Ceará

Filha relata que pai morreu após ser atendido por falso médico preso no Ceará

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
21/07/2022 às 09h05 Atualizada em 21/07/2022 às 09h05
Filha relata que pai morreu após ser atendido por falso médico preso no Ceará
Foto: Reprodução

A prefeitura de Triunfo Potiguar negou que o falso médico estivesse no hospital no dia em que foi registrado o óbito do pai da jovem. O policial foi identificado como Khlisto Sanderson Ibiapino de Albuquerque, de 34 anos. Ele recebeu voz de prisão da prefeita de Paraipaba (CE), enquanto dava expediente em um hospital municipal. Ele utilizava o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de outro profissional, que inclusive prestou denúncia contra o preso.

Maria Regina Neta disse que, ano passado, o pai, João Luiz Tavares, faleceu por Covid-19; mas, quando sentiu os primeiros sintomas, buscou uma unidade de saúde em Triunfo Potiguar, onde ficou uma semana internado. "Esse médico que foi preso foi quem atendeu meu pai. Quando meu pai deu entrada no hospital, passando muito mal, ele disse que meu pai estava só com uma 'gripezinha'", relatou a jovem.

Idoso que faleceu por Covid-19 no interior do RN foi atendido por policial militar que fingia ser médico. — Foto: Arquivo pessoal

"Quando eu vi o vídeo [da prisão do falso médico], aquilo me revoltou. Vocês não têm noção o quanto estou com ódio, com raiva. Será que meu pai morreu por Covid mesmo ou foi porque um falso médico atendeu ele?", questionou Regina.

Após o vídeo onde Regina relata o caso, a Prefeitura de Triunfo Potiguar emitiu uma nota. Segundo o governo municipal, o falso médico não se encontrava no Hospital Maternidade Etelvina Vieira de Melo, no dia em que foi registrado o óbito do pai da jovem. Contudo, a nota não esclarece se a vítima foi atendida pelo falso profissional de saúde.

“Ao contrário de algumas inverdades expostas em vídeos, o paciente, se submeteu sim a teste para diagnóstico de Covid-19, como consta em boletim de atendimento”, destaca o posicionamento do governo municipal.

A prefeitura alega ter sido vítima “da má índole e caráter do indivíduo, assim como, todos os outros municípios em que este atendeu. Este passou pela unidade hospitalar cobrindo plantões de colegas”, complementa a nota.

Contudo, Regina, discorda da nota emitida pela Prefeitura, e reafirma que o falso médico atendeu sim o pai dela quando ele foi ao hospital. "Hoje meu pai podia estar aqui com a gente, mas não está. Por que? Por conta de um falso médico que colocaram para trabalhar", disse. Ela afirmou também que a família vai entrar na Justiça contra o policial militar.
G1 CE