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Aluna que acusa professor diz que era assediada on-line e na sala: 'Passava a língua nos lábios, me chamando de delícia, gostosa’

Aluna que acusa professor diz que era assediada on-line e na sala: 'Passava a língua nos lábios, me chamando de delícia, gostosa’

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
26/10/2022 às 14h03 Atualizada em 26/10/2022 às 14h03
Aluna que acusa professor diz que era assediada on-line e na sala: 'Passava a língua nos lábios, me chamando de delícia, gostosa’
Foto: Reprodução

Ela conta que havia uma insistência do professor de matemática Rodrigo Simonace em manter contato e que prints das conversas por WhatsApp mostram a abordagem.

O professor prestou depoimento na delegacia e negou as acusações.

A conversa começa com uma mensagem em que o professor diz “Fala comigo”. A aluna não deu atenção e, algum tempo depois, o professor fez uma nova tentativa. “E o chocolate preferido?”, afirmou o homem. A jovem disse que não queria. E ele respondeu: “Desistiu? Está chateada comigo?”, perguntou o professor.

Ela, então, começou a se incomodar com as abordagens.

“Por que ele não dá chocolate para os meninos, só para as meninas? Por que ele abraça só as meninas, não abraça os meninos?”, questionou a jovem de 19 anos sobre o comportamento do professor.
Em outra rede social, outro comentário. “Que isso fera”, enviou o homem após a aluna postar uma foto.

Segundo a estudante, ela também passou a ser alvo de comportamento assediador dentro da sala de aula, quando ele passou a fazer gestos em sua direção.

“Eu estava sentada, mexendo no celular. Olhei para ele, ele estava sentado na mesa dele, tipo fazendo gestos, tipo passando a língua nos lábios, me chamando de delícia, gostosa”, afirmou a jovem.

Segundo a aluna, as abordagens duraram meses, e ela decidiu conversar com a direção da escola. A jovem afirma que não se sentiu acolhida e, por isso, ela e o pai procuraram a polícia e decidiram registrar a ocorrência.

“O professor está ali para ensinar, não para abusar, né? Eu fiquei muito assustado e aí preferi resolver da melhor maneira possível, que é na delegacia”, afirmou o pai da estudante.

Outros alunos confirmam comportamento

Até então, a jovem só tinha contado o que estava acontecendo para uma professora, que a orientou a fazer prints das conversas. Foram essas provas que a aluna apresentou na delegacia.

Para a delegada, trata-se de um caso de assédio e que houve um constrangimento.

“Uma outra aluna ouvida pela polícia afirmou que é notório entre os alunos o comportamento assediador do professor”, contou a delegada Daniela Terra, da 14ª DP no Leblon.

Rodrigo Simonace também prestou depoimento e negou as acusações. Ele disse para a polícia que a aluna fez isso somente porque foi contrariada e advertida para desligar o telefone durante a aula.

O advogado da estudante afirmou que a escola foi omissa e que vai pedir que ele seja afastado da escola.

“Eu me sinto tranquila. Fiz o dever certo”, disse a jovem.

A Secretaria de Estado de Educação disse que a direção do Colégio Estadual Antônio Maria Teixeira acompanhou a estudante e o professor até a delegacia para registrar o caso. Segundo a secretaria, o homem foi afastado preventivamente e foi aberta uma sindicância para apurar o caso. A pasta ainda reforçou o compromisso com a ética e o respeito na relação entre servidores e alunos e que repudia qualquer forma de assédio.

G1