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Vítima de tentativa de feminicídio relata ataque a facadas do ex-marido e diz: 'Não quero virar estatística'

Vítima de tentativa de feminicídio relata ataque a facadas do ex-marido e diz: 'Não quero virar estatística'

Thiago Rodrigues
Por: Thiago Rodrigues
01/04/2023 às 11h03 Atualizada em 01/04/2023 às 12h31
Vítima de tentativa de feminicídio relata ataque a facadas do ex-marido e diz: 'Não quero virar estatística'
Foto: Reprodução
Fotos: Reprodução/arquivo pessoal
A técnica de enfermagem Alane Inácio Botelho, de 29 anos, vive uma rotina de medo e dor desde que foi atacada pelo ex-marido, Lucas Bruno Correia Oliveira dos Santos, de 28 anos.
Ela conta que, na madrugada do dia 23 de março, ele pulou o muro da casa de Alane, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, entrou em seu quarto e começou a esfaqueá-la. Alane só não morreu porque seu irmão ouviu os grito e foi socorrê-la.

"O mais louco é que, até o momento do meu irmão chegar, eu nem sabia quem estava me atacando. Só quando meu irmão entrou no quarto e acendeu a luz que eu vi que era o Lucas", conta.
Alane teve um corte no pescoço, onde levou seis pontos, e um outro profundo na mão, feito quando tentava se defender, e que precisou de uma neurorrafia - cirurgia que restaura a ligação de um nervo que foi cortado.



Desde que teve alta médica, Alane vive escondida na casa de parentes, com medo de seu agressor voltar. A filha do casal também saiu de casa e está em outro lugar por segurança.
"Tem uma semana que não vejo minha filha. Fiz isso para ele não encontrá-la", diz.

Alane tinha esperança de voltar à normalidade com a decretação da prisão preventiva de Lucas, pedida pela 59ª DP, em Duque de Caxias, que investiga o caso, mas negada pela juíza Anna Christina da Silveira Fernandes, da 4ª Vara Criminal.

A magistrada considerou que não havia elementos suficientes que demonstrassem que Lucas pudesse atrapalhar a investigação policial, e que medidas protetivas poderiam resguardar a vida de Alane.

"Tinha certeza que a prisão seria decretada pela gravidade do que ele fez, mas não. Estou em pânico, insegura e convicta de que ele vai voltar! Ele vai tentar me matar de novo. Eu não quero, não posso virar estatística", disse Alane.
"Será que só com a minha certidão de óbito ele vai ser preso? Será que vai ser necessário a minha morte para que a justiça seja feita? Ele tentou me matar a facadas enquanto eu dormia, estou em pânico", disse mais uma vez.

G1