A opção da moradora de Fortaleza pelo turismo sustentável, fortemente ligado ao ecoturismo, também está ligada ao bem-estar e à qualidade de vida. Da vontade de escapar da rotina, do estresse e da poluição, seja ela do ar, sonora ou visual. Viver mais a natureza, caminhar em meio às árvores, ouvir o canto dos pássaros, se desconectar das telas do celular e se reconectar consigo. “É um jeito especial de desacelerar, e esse tipo de turismo me proporciona isso”, afirma.

O levantamento da Booking.com revelou que nove em cada dez (90%) brasileiros desejam viajar de forma mais sustentável nos próximos 12 meses. Mais da metade (55%) dos entrevistados, inclusive, estariam dispostos a pagar mais por viagens do tipo.

Por outro lado, 54% dos turistas do País gostariam de descontos e incentivos econômicos para fazer escolhas ecológicas, enquanto 48% se sentem encorajados a viajar de forma mais sustentável se receberem recompensas das empresas do setor, a exemplo de pontos de fidelidade, que poderiam ser usados para obter benefícios, como descontos em passagens aéreas ou hospedagem.

Segundo a turismóloga da Wee Travel, Barbara Redes, em razão da pandemia de covid-19, o turismo de conexão com a natureza cresceu em todo o planeta. Isso porque as pessoas sentiram a necessidade de passar mais tempo ao ar livre, em lugares abertos, afastadas das aglomerações dos grandes centros urbanos.

Destinos nacionais com praias, cachoeiras, trilhas ecológicas e florestas, por exemplo, ganharam a preferência dos viajantes brasileiros, principalmente quando Europa e Estados Unidos ficaram fechados para visitantes por conta da crise sanitária.

“O turismo nacional se voltou para o turismo sustentável, e o Brasil é muito rico em belezas naturais. Mesmo depois da pandemia, as pessoas estão preferindo essa conexão, procuram saber como os hotéis trabalham a questão da comunidade local, que tipo de alimentos usam, com quais materiais foram construídos, se informam sobre roteiros e culturas do lugar. Há um maior cuidado e respeito pelos destinos. As pessoas conhecem, apreciam esses espaços sem degradar o ambiente e contribuem para que eles sejam preservados”, diz Barbara.

O professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Christian Dennys Monteiro, observa que existe um movimento de empresas ligadas à cadeia produtiva do turismo em prol da sustentabilidade nas viagens. Geralmente, há um incentivo para que o consumidor preserve os destinos em troca de uma melhor relação custo-benefício.

“O desafio maior, contudo, encontra-se na baixa oferta de lugares e roteiros turístico-ecológicos voltados às famílias de renda inferior a dois salários mínimos”, aponta.

Talita Silva reforça que gosta e sente prazer em cuidar do meio ambiente, não apenas nos lugares para onde viaja, mas também com atitudes que começam dentro de sua própria casa e cidade. “Não desperdiçar água, trocar o plástico pelo vidro, utilizar produtos reciclados e recicláveis, além de separar o lixo pensando na coleta seletiva, por exemplo, são hábitos que fazem a diferença no planeta”, destaca.

Frequentadora assídua do Parque do Cocó, em Fortaleza, lugar onde aproveita para fazer trilhas e pedalar, ela sempre busca contribuir com a preservação do espaço. “Estou sempre pensando na sustentabilidade, com uma visão ecológica, seguindo as regras do local, ajudando com a limpeza e preservação. A natureza é fonte inesgotável de energia para o corpo, mente e espírito, um autocuidado indispensável para qualquer pessoa”, acrescenta.

Há mais de 12 anos, a Gol desenvolve ações para mitigar o impacto dos voos no meio ambiente. Com o lançamento da campanha #MeuVooCompensa, em 2021, o compromisso com a sustentabilidade foi fortalecido. Desde janeiro deste ano, a companhia aérea disponibilizou em seu site a funcionalidade que permite aos clientes efetuarem a compensação voluntária de carbono de seus voos no momento da compra das passagens.

De acordo com a empresa, agora é possível voar com o CO2 já neutralizado. Assim como adquirir uma bagagem que precisa ser despachada ou um assento Gol+Conforto durante a aquisição do bilhete aéreo, a compensação voluntária de carbono dos trechos a serem voados também aparece como mais uma opção ao cliente.

A companhia informa que, em um ano e meio do projeto #MeuVooCompensa, foram neutralizadas 13,1 mil toneladas de CO2 de maneira voluntária pelos clientes, nas rotas carbono neutro da Gol, Fernando de Noronha (PE) e Bonito (MS), e em ações pontuais de compensação. O número equivale a 1.878.312 árvores preservadas por um ano, ou 3.266 hectares de florestas conservadas/ano, ou ainda à manutenção de 3.959 campos de futebol de natureza nativa.

“Os resultados da campanha mostram que o caminho escolhido é longo, embora promissor, e o lançamento da nova fase do projeto reforça nossa convicção de que todos os esforços da companhia pela preservação do planeta têm valido a pena”, diz Eduardo Bernardes, vice-presidente de receitas da Gol.

O professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Ceará (UFC), Christian Dennys Monteiro, afirma que os benefícios socioeconômicos do turismo sustentável emergem de uma formação educativa integral, com a participação de todos.

“Um turismo triplamente sustentável, econômico, social e ecológico, forma intercâmbios entre lugares, de demanda e oferta. Além garantir qualidade de vida, educação e saúde ambiental, a visitantes e visitados. Mediante uma conservação planejada, os espaços naturais menos alterados, ou recuperados, ganham rentabilidade e integração cultural por intermédio do turismo responsável. Não é o turismo em si que traz o ganho direto, mas os investimentos socioeconômicos advindos das novas perspectivas de conservação”, explica.