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Cantor de Hidrolândia atrai multidão nas ruas de Berlim e é convidado para teatro tradicional alemão

Cantor de Hidrolândia atrai multidão nas ruas de Berlim e é convidado para teatro tradicional alemão

26/06/2023 às 10h00 Atualizada em 26/06/2023 às 10h49
Por: Thiago Rodrigues
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Foto: Reprodução
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Foto: Divulgação

Jovey foi para Berlim, há cerca de um ano, para trabalhar como "au pair" — trabalho similar ao de babá. Contudo, a adaptação dele à família contratante não foi como esperado. Sem dinheiro e sem outra perspectiva, decidiu fazer o que sempre sonhou: cantar. O palco foi o Mauerpark. “Na primeira noite, lembro até hoje, ganhei R$ 350 cantando duas horas. Achei o máximo”, declarou Jovey.


Ele disse que a experiência como au pair não saiu como ele esperava. As muitas horas de trabalho não condiziam com a remuneração mensal — que ficava abaixo da média da Alemanha. O salário mínimo lá é €$ 1,6 mil, e ele recebia €$ 350. “Então, era bem frustrante, faltava dinheiro para tudo. Eu queria sair, queria viver a Europa que sempre sonhei, mas não podia porque faltava dinheiro. Esse foi meu primeiro choque de realidade”, lembrou o cantor.

“Eu decidi cantar na rua porque já tinha começado em Jericoacoara dois meses antes de vir para a Alemanha, porque eu tinha perdido meu emprego em um hotel”, disse. Contudo, Jovey não podia ficar parado, pois era responsável financeiramente por ele e por um irmão mais novo, de 15 anos.

As apresentações ao ar livre seguiram até o momento em que ele foi notado pelo diretor russo Kiril Serebrennikov, que o convidou para se apresentar em um espetáculo Teatro Thalia. O personagem do cearense na peça é similar a ele próprio: um tenor e músico de rua.


Jovey disse que, desde janeiro, está dedicado em compor as próprias músicas — que estima lançar ainda em 2023. “Vou juntar um número bom de músicas e mandar para uma gravadora, para ver se alguém me contrata aqui na Europa”, revelou o jovem cearense.

“Enquanto eu estava no Brasil, eu sempre tive certeza que se saísse do país, eu ia conseguir fazer minha carreira decolar porque eu percebi, desde cedo, que o Brasil é um país muito desigual. A vida aqui fora não seria fácil, mas seria mais justa financeiramente. E assim foi”, lamentou o cantor.

“Não consigo me ver em outro trabalho sem ser na música. Eu sempre tive problema na escola, em ter chefe, em ter emprego formal. Sempre me senti muito limitado com essas coisas. Sempre quis ser dono de mim”, complementou.

G1
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