Por anos, centenas de moradores de Santa Quitéria enfrentaram uma espera interminável pelos serviços de reabilitação essenciais, oferecidos pela Casa Amiga da Criança. A alta demanda era perceptível, ao passar em frente ao prédio e perceber o considerável número de pessoas aguardando. Um trabalho organizado em três meses, junto com a equipe de profissionais, reorganizou este fluxo de atendimentos e conseguiu diminuir drasticamente as filas para terapias e acompanhamentos destes pacientes.
Segundo a coordenadora Gabriella Fontenele, a maior redução se deu na psicologia, onde haviam 224 pessoas aguardando em abril e no dado mais recente, ao final de julho, eram apenas 58; seguido da fisioterapia e fonoaudiologia, mantendo o mesmo número de colaboradores.
“Paramos em maio e junho, ligamos pra todo mundo das listas para atualizar e nos deparamos com informações mais assustadoras, pessoas esperando sem a menor perspectiva de serem chamadas. E atualizamos, sabendo quem estava na necessidade do atendimento individualizado e os que necessitavam ir para programas”, explicou, em alinhamento com o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Na próxima segunda-feira (14/08), seis programas serão lançados, beneficiando um total de 584 pacientes. Um deles já está em andamento, o Escola da Postura, voltado a quem sofre de hérnia de disco, artrose, artrite reumatoide, fibromialgia e que necessitam de acompanhamento psicológico e nutricional. “Estavam a muito tempo na fisioterapia e não tinha melhora, colocamos pro tratamento mais recomendado, mais profissionais acompanhando e conseguimos liberar as vagas, com uma previsão rápida”, detalha.
A Casa Amiga da Criança também assiste as crianças com autismo e TDAH, cujo número de diagnósticos continua crescendo no município. O método “padrão ouro”, recomendado por especialistas e que também será adotado, trabalhará quatro eixos, inclusive com orientações a pais e cuidadores: profissional, social, família e escola. “Elas vão receber o melhor que podemos dar, nem todas têm recomendação de ir para os programas, mas tudo isso ajudará bastante no tratamento, queremos preconizar um serviço humanizado e com responsabilidade”, frisa Gabriella.
As terapias serão divididas entre o próprio espaço, bem como o Parque Ecológico, por ser um ambiente arejado, leve, lúdico e aberto, permitirá uma nova experiência de socialização, respeitando cada caso e características, proporcionando uma melhora na qualidade de vida de cada um.