De acordo com ofício publicado pelo site O Sobralense, o Hospital do Coração de Sobral pode paralisar os atendimentos eletivos a partir do dia 15 de agosto, caso não seja realizado o repasse de extrateto de quase R$ 2,5 milhões. Seus serviços cobrem toda a macroregião da Zona Norte do Estado. A unidade hospitalar, que é referência em cardiologia clínica, cirúrgica e hemodinâmica, passa por uma situação de escassez de recursos, comprometendo o funcionamento e o pagamento dos profissionais.
O ofício nº 145/2023 foi enviado no dia 4 deste mês ao presidente do Conselho Regional de Medicina do Ceará (CREMEC), Dr. Helvécio Neves Feitosa, com o assunto: “suspensão do atendimento eletivo no Hospital do Coração de Sobral”.
Confira algumas informações que constam no ofício
“Após várias tentativas de sensibilização quanto à situação de iminente colapso financeiro do Hospital do Coração de Sobral junto à Secretaria de Saúde do Estado, foi realizada uma reunião conjunta entre a Direção Geral e Técnica do hospital e os médicos que atuam no nosocomio e que estão com seus honorários em atraso.
Nesta reunião, realizada em 03/08/2023, foi decidido, em acordo, paralisar os atendimentos eletivos após dia comum 15/08/2023 caso não seja efetuado de forma emergencial o repasse de extrateto de quase dois milhões e meio de reais já aprovados em reunião com o Conselho Estadual de Saúde (CESAU) em 10 de julho/2023 e alinhados com a SESA. […]”
No documento, é assegurado que os atendimentos de urgência e emergência continuarão, para não haver prejuízo para a população, mas que não há condições de manter o atendimento eletivo. Apenas os valores do extrateto não são suficientes para manter o sustento da unidade, sendo necessário o repasse do montante relativo à especialidades de clínica e cirurgia cardiológica, bem como o credenciamento na especialidade de anestesiologia e a habilitação das UTI’s na Política de Incentivo Hospitalar do Estado.
“Desta forma, comunico a inviabilidade de manter o atendimento eletivo cardiológico após o dia 15 de agosto do corrente апо”, é informado ao final, e assinado pelo diretor técnico, José Erialdo da Silva Junior, e por outros médicos do hospital, assegurando que a população será devidamente esclarecida acerca da situação.
“Infelizmente, chegamos a um ponto crítico em que a falta de recursos e a ausência de pagamento dos profissionais comprometem o funcionamento do hospital, e ameaçam diretamente a vida e a saúde dos pacientes que dependem de seus serviços”, afirma o presidente do Sindicato dos Médicos, Dr. Leonardo Alcântara.