Cumprindo agenda em Fortaleza, nesta sexta-feira, 1°, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou discurso mandando recado ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e para economistas do Brasil. Desde que assumiu a Presidência, Lula tem criticado o atual patamar de juros no Brasil e defendido a redução da taxa.
"Espero que alguns economistas e o presidente do Banco Central (Campos Neto) tenham ouvido os discursos das duas companheiras aqui (beneficiárias de programas que falaram no evento), porque essa gente precisa compreender que o dinheiro que existe no País precisa circular nas mãos de muita gente. Se o dinheiro ficar parado na mão de poucos é concentração de riqueza", disse Lula.
O petista reforçou que quando o dinheiro é distribuído para muita gente a economia cresce. "Essa muita gente que compra alguma coisa, que produz, esse dinheiro gera emprego, desenvolvimento, comércio, fábrica e aí a gente percebe que acontecem duas coisas. A economia vai crescer, mas que ela crescendo ela precisa ser distribuída. Não podemos assistir na TV que o PIB cresceu e não foi distribuído (...) senão não tem sentido", pontuou.
Lula desejou que economistas estivessem assistindo ao evento do BNB para perceber os "benefícios" que acontecem "quando a gente acredita no povo trabalhador e mais humilde".
O petista argumentou o motivo pelo qual defende a distribuição das riquezas e redução de juros. "Sabem porque o cartão de credito tem juros de 400%? Porque os bancos prevendo que vai ter calote, jogam nas costas dos bons pagadores, as dividas dos bons caloteiros".
E acrescentou: "O povo pobre tem uma coisa que a gente não encontra em shopping, não aprende na universidade ou em curso técnico. A maioria do povo pobre trabalhador tem caráter, não gosta de dever, porque muitas vezes o maior valor que eles tem é o próprio nome", disse.
Lula falou ainda: "Quando chegar quatro anos depois, ninguém aqui vai pedir voto para banqueiro. A gente vai pedir voto para vocês".