A delação premiada do tenente-coronel do Exército Brasileiro Mauro Cid está tirando os nervos do clã Bolsonaro. Embora a família adote um discurso de  “perseguição política”, como declarou Michele em um culto enrolada em uma bandeira do Brasil, nos bastidores o clima é de pânico.

Segundo interlocutores que cercam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a grande preocupação é de que novas denúncias contundentes possam surgir, além das existentes que já circulam na imprensa.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem afirmado, em público, que Bolsonaro está sendo alvo de “várias injustiças”. A portas fechadas, porém, não esconde o receio com o impacto da delação na montagem das alianças do partido para as eleições municipais de 2024.

Caso as denúncias se agravem com o tempo, dirigentes do PL temem que o ex-presidente possa dar uma guinada no mundo político, passando de cabo eleitoral poderoso para um político que não seja bem vindo nos palanques.

A Polícia Federal está convencida de que Cid também vai apresentar provas sobre o núcleo político que armou a tentativa de golpe, em 8 de janeiro, e quem foram os financiadores daquele atentado contra a democracia, além de evidências sobre como funcionava o que as investigações chamam de “organização criminosa”.

Neste sábado (9/9), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes homologou o acordo de colaboração premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, após acordo de colaboração fechado com a Polícia Federal.

O ministro também concedeu liberdade provisória a Mauro Cid, que está preso desde 3 de maio de 2023 e terá que cumprir medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica, limitação de sair de casa aos fins de semana e à noite, além do afastamento das funções no Exército.