Para 27% dos entrevistados na “Pesquisa nacional sobre atitudes e percepções sobre maus-tratos e violência contra crianças e adolescentes no Brasil”, educar com castigos é sempre melhor que com diálogo. Os dados foram compartilhados nesta terça-feira, 31.
O relatório apresentou questões sobre quais práticas educativas ou punitivas o público experimentou na infância, bem como quais são de fato adotadas na criação das crianças. Ao todo, 134 municípios com pessoas com 18 anos ou mais, de todas as classes sociais e distribuídas entre as cinco regiões do Brasil, fizeram parte do questionário.
Outra afirmação (“Uma educação rígida e severa é a melhor preparação para a vida adulta”), alcançou respostas divididas: 48% concordaram total ou parcialmente, enquanto 47% discordaram. No espectro da violência intergeracional e práticas adotadas para os filhos, 25% concordaram em algum grau com a ideia do tapa. Entre os participantes, 52% da população admitiu já ter dado um tapa e 38% já bateu com objetos na criança.
A reação física nem sempre é transposta em condutas que envolvem humilhação, xingamento ou ofensa. Apenas 6% dos entrevistados concordaram parcial ou totalmente com a ideia, contra a concordância de 16% para bater com objetos.
A pesquisa culminou na demonstração de dados sobre a relação entre a violência vivida e a concordância com as práticas. Os que relataram ter sofrido menos violência durante a infância, por exemplo, tendem a acreditar e adotar menos práticas violentas com suas crianças. Por outro lado, a vivência de práticas violentas na infância aumenta a chance de um adulto eventualmente concordar e adotar métodos de punição mais severos com suas crianças ou adolescentes.