
Brasileiros e familiares repatriados da Faixa de Gaza chegaram à Base Aérea de Brasília, nesta segunda-feira (13). O pouso da aeronave foi às 23h24. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao local para fazer a recepção dos cidadãos, que esperaram mais de três semanas até conseguir autorização para conseguir sair do enclave atingido pela guerra entre Israel e o Hamas.
Das 34 pessoas que pediram ao governo brasileiro para serem repatriadas – 24 brasileiros e 10 familiares palestinos próximos –, 32 deixaram a área do conflito. Duas brasileiras, mãe e filha, decidiram ficar no território palestino por motivos pessoais. Os resgatados poderão solicitar a inclusão no Bolsa Família e outros programas de benefícios assistenciais, segundo informou o Ministério do Desenvolvimento Social.

O grupo de brasileiros passará duas noites em um alojamento na Base Aérea, onde serão atendidos por assistentes sociais, além de receberem atendimento médico e psicológico. Todos passarão por atendimento de regularização migratória e serão incluídos no Cadastro Único, que possibilita ser beneficiado pelos programas sociais do governo federal.
O repatriado Hasan Rabee afirmou que sua mãe e irmã não vieram para o Brasil porque ainda não houve a aprovação da segunda lista de saída da Faixa de Gaza. Na ocasião, Lula disse ao ministro Mauro Vieira que seria preciso “continuar brigando pela aprovação da segunda lista”.
“A comunidade brasileira em Gaza tem cerca de 100 brasileiros, incluindo aqueles que já retornaram ao Brasil”, disse à CNN o embaixador brasileiro na Palestina, Alessandro Candeas, depois que os 32 repatriados deixaram a região.

O processo de repatriação teve diversos entraves, incluindo o fechamento temporário da fronteira de Rafah até o momento de embarque. Para Candeas, foram “três semanas de inércia angustiante” até garantir a segurança dos cidadãos.
O representante do Brasil afirmou que, desde o início do conflito, houve uma mobilização pela retirada dos brasileiros. “Imagens como essa [do embarque] nos alegram e recompensam esse esforço”. O processo envolveu o abrigo desse grupo em uma escola e, depois, em locais alugados. Para garantir a segurança dos espaços, o paradeiro era informado ao governo de Israel e outras autoridades, relatou Candeas.