Na última quinta-feira (14), o Ministério Público manifestou seu posicionamento a favor da cassação do mandato do senador Sérgio Moro (União Brasil), argumentando abuso de poder econômico durante a pré-campanha de 2022. O parecer, assinado pelos procuradores da República Marcelo Godoy e Eloisa Helena Machado, destaca o comprometimento da lisura e legitimidade do pleito devido ao excessivo emprego de recursos financeiros.
Embora reconheçam o abuso de poder econômico, os procuradores não observam utilização indevida dos meios de comunicação social. A inelegibilidade de Moro e seu primeiro suplente, Luís Felipe Cunha (União Brasil), também é defendida no parecer.
O relator do processo, juiz eleitoral Luciano Carrasco Falavinha Souza, divulgará seu voto no próximo mês, e o julgamento no plenário do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) está previsto para o final de janeiro. A ação eleitoral foi proposta pelo PL e pela federação formada por PT, PV e PC do B, acusando Moro de abuso de poder econômico e utilização indevida de veículos de comunicação na pré-campanha.
Os partidos buscam a cassação do mandato e a inelegibilidade de Moro por oito anos, além da realização de uma nova eleição para a vaga do ex-juiz da Lava Jato. A defesa de Moro argumenta que os gastos na pré-campanha não influenciaram no resultado eleitoral e classifica a investigação como de natureza política.
Sobre as divergências nos valores gastos na pré-campanha, o PT e o PL destacam números superiores aos limites legais. O PT também solicita uma investigação sobre o contrato do escritório de advocacia de Luis Felipe Cunha, suplente de Moro, alegando possíveis irregularidades.
O julgamento, previsto para janeiro, promete ser um capítulo crucial no cenário político, colocando em xeque o futuro político de Sérgio Moro e alimentando o debate sobre o uso de recursos na pré-campanha eleitoral.