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Morre Clarinha, paciente misteriosa que ficou internada em coma por 24 anos

Mulher foi vítima de um atropelamento no Centro de Vitória em 2000 e foi socorrida sem documentos.

Raflézia Sousa
Por: Raflézia Sousa Fonte: G1
15/03/2024 às 15h20
Morre Clarinha, paciente misteriosa que ficou internada em coma por 24 anos
Reprodução/ TV Gazeta

Morreu na noite desta quinta-feira (14) Clarinha, uma mulher que, em 2000, foi encontrada atropelada sem qualquer documento e ficou internada em coma por 24 anos em um hospital de Vitória. A informação é do coronel Jorge Potratz, médico que cuidou da paciente durante todos esses anos.

Clarinha passou mal ainda pela manhã, teve uma broncoaspiração e não resistiu. O caso da paciente "misteriosa" ganhou repercussão após uma reportagem sobre o caso dela ser exibida no Fantástico.

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Clarinha, como era chamada pela equipe médica, foi atropelada no Dia dos Namorados, em 12 de junho de 2000, no Centro de Vitória. O local exato do atropelamento e o veículo que atingiu a mulher nunca foram identificados, segundo a polícia. Ela foi socorrida por uma ambulância, mas não possuía documentos. Clarinha chegou ao hospital já desacordada e sem ser identificada.

A mulher estava internada em estado vegetativo no Hospital da Polícia Militar (HPM), em Vitória. Nenhum parente ou amigo a visitou em todos esses anos. Jorge Potratz foi quem, em 2016, escolheu o nome para a paciente que vivia em coma. “A gente tinha que chamar ela de algum nome. O nome 'não identificada' muito complicado para se falar. Como ela é branquinha, a gente a apelidou de Clarinha”.

A equipe considerava o coma da paciente elevado. “A gente classifica o coma em uma escala de três a quinze pontos. Quinze é o paciente acordado e lúcido e três é o coma mais profundo. Ela não tem nenhum contato com a gente e por isso a gente considera um coma de sete para oito”, explicou o médico na época.

Morte da paciente

Nesta quinta-feira, emocionado, o médico, que já se aposentou, falou sobre a tristeza de não ter resolvido o mistério de Clarinha e não ter conseguido encontrar a família para oferecer um encontro com a paciente.

“É muito triste ter esse desfecho, mas temos que lembrar que Deus tem um propósito. Em um futuro vou entender tudo isso. Tentamos tornar a vida dela, que é tão difícil, com mais dignidade. É triste esse fim”, enfatizou.