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Por energia nuclear, Brasil assina acordo com a França para explorar urânio e coloca Itataia na mira

Quando estiver em operação, o Consórcio Santa Quitéria prevê produzir anualmente 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, representando apenas 0,2% da jazida

28/03/2024 às 17h52
Por: Thiago Rodrigues
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Fotomontagem/AVSQ
Fotomontagem/AVSQ

Representantes dos governos brasileiro e francês assinaram nesta quinta-feira (28/03), em Brasília, um acordo que prevê colaboração para geração de energia nuclear. Um dos destaques do texto, segundo a CNN, é um entendimento para a exploração de reservas de urânio no Brasil, dentre elas a jazida de Itataia, em Santa Quitéria, cujo processo de licenciamento nuclear e ambiental vem tramitando.

Cerca de 70% da eletricidade francesa tem origem em energia nuclear e o país aposta nesta fonte como caminho para a transição energética. Acontece que o país depende de importações de urânio e vê um de seus principais fornecedores passar por instabilidades geopolíticas.

Um tópico específico do acordo celebra um Memorando de Entendimento entre o Serviço Geológico Brasileiro (SGB) e o Serviço Geológico Francês (BRGM) para a exploração de urânio. Atualmente, o Brasil detém a oitava maior reserva de urânio do mundo, com cerca de 280 mil toneladas, estimada em US$ 62 bilhões e sob monopólio da exploração pertencente às Indústrias Nucleares do Brasil (INB).

Quando estiver em operação, o Consórcio Santa Quitéria prevê produzir anualmente 2,3 mil toneladas de concentrado de urânio, representando apenas 0,2% da jazida. A expectativa é obter a licença de instalação até o fim deste ano. As obras de instalação devem durar dois anos e meio. Neste cenário e com a licença de operação aprovada, a usina poderia começar a produzir entre o fim de 2027 e o começo de 2028. A proposta é de explorar a jazida por 20 anos.

Trechos diferentes do acordo indicam que os países vão aprofundar sua colaboração em energia nuclear e promover intercâmbio de informações para a exploração de minerais críticos. Haverá também investimentos franceses para a transformação dos minerais em território brasileiro, bem como na pesquisa e desenvolvimento, e na inovação tecnológica.

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