Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), provenientes do Censo 2022, lançam luz sobre a crítica situação do saneamento básico no município de Santa Quitéria: apenas 33,06% da população - cerca de 13,2 mil - possui acesso a uma rede de esgoto adequada. A maior parcela dos quiterienses continua a enfrentar diariamente os desafios relacionados a falta dele, incluindo alagamentos, mau cheiro e exposição a doenças.
Um outro dado também vem alarmante às autoridades: 8,31% dos moradores do município - cerca de 3,3 mil - não possuem sequer banheiros em suas residências. Sem um mínimo de infraestrutura sanitária, a qualidade de vida destes é criticamente comprometida e se veem obrigados a recorrer a soluções improvisadas, como fossas rudimentares ou buracos ou usar espaços ao ar livre para as suas necessidades.
Luiz Moreira, morador da vila Novos Pereiros, conta as dificuldades que passa por não possuir uma rede de esgoto adequada. "Tem o mau cheiro, a água acumulada no solo e o risco de doenças transmitidas por insetos, como a dengue. Além disso, as casas são invadidas por água durante o período chuvoso", relatou ao AVSQ, pontuando que está ali há mais de 20 anos e que nunca viu qualquer investimento para sanear essa problemática.
Mesmo com a mudança de gestões ao longo dos anos, os problemas persistem, deixando as comunidades à mercê. Nas regiões mais periféricas e distantes do Centro, a carência de saneamento é ainda mais acentuada, onde milhares de famílias se veem ignoradas e desassistidas.
Com a proximidade do período eleitoral, a promessa sempre é renovada. Diante deste recorte recente e preocupante, urge a necessidade de ações concretas por parte das autoridades municipais e estaduais. Investimentos em infraestrutura de esgotamento sanitário são essenciais para garantir o direito básico à saúde e dignidade para todos os habitantes de Santa Quitéria.