Os professores das universidades federais brasileiras irão manter a greve após nova proposta do Governo Federal com reajuste zero em 2024. A reunião dessa sexta-feira, 19, foi a 4ª mesa de negociação entre Governo e representantes dos educadores federais.
A proposta representou avanços em reivindicações feitas pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), mas ainda não é considerada ideal. Na visão do sindicato, a proposta de reajuste salarial zero em 2024 prejudica especialmente os aposentados.
O Governo Federal ofereceu reestruturação salarial de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, mas manteve o reajuste zero em 2024. Além disso, o auxílio-alimentação passaria de R$ 658 para R$ 1.000 e a assistência pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90.
No plano de reestruturação de carreira, um dos principais pontos reivindicados, a proposta foi considerada “tímida”. Alterando os percentuais de step, diferença salarial recebida pelo docente toda vez que progride na carreira, dos atuais 4%, para 4,5%.
Outra demanda atendida foi a retirada do ponto eletrônico para professores do Ensino Básico Técnico e Tecnológico (EBTT), mas sem garantia de revogação da portaria que aumentou a carga horária de ensino para os EBTTs.
Para o presidente do Andes-SN, Gustavo Seferian, a greve tem surtido efeito, fazendo com que o Governo Federal encontrasse espaço no orçamento para atender às reivindicações da categoria.
A proposta será deliberada em assembleias dos professores federais entre os dias 22 e 25 de abril. Estiveram presentes na reunião de sexta-feira representantes dos docentes, técnicos do Ministério da Educação (MEC) e o secretário de relações de Trabalho do Ministério da Gestão e da Inovação (MGI), José Lopes Feijóo.