Em audiência realizada nessa segunda-feira (13), na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), políticos, professores e representantes de conselhos profissionais mostraram preocupação com crescimento elevado dos cursos de Educação a Distância (EAD) no Ceará, sobretudo na área da Saúde, e cobraram uma maior fiscalização pelo Ministério da Educação (MEC).
Na ocasião, o deputado federal Idilvan Alencar (PDT) criticou o MEC pela falta fiscalização. Ele denunciou que universidades EAD registram o endereço de funcionamento em locais inusitados como padaria, oficina, até em terreno baldio. “A mais absurda de todas é uma que funciona no Japão”, disse o deputado.
Na Câmara dos Deputados, já tramita um projeto de lei (PL nº 3510/2023) para que o MEC seja obrigado a fiscalizar ‘in loco’ todos os pólos de ensino a distância do país, “com o objetivo de verificar a existência e a adequação de metodologia, de infraestrutura física, tecnológica e de pessoal”.
O presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 6ª Região (Crefito 6), Jacques Melo, disse que somente os cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional somavam mais de 170 mil vagas EAD no Ceará. Ele ainda relatou que recebeu informação de um pólo que está registrado no endereço de um matadouro.
Já a presidente do Conselho Regional de Nutricionistas da 11ª Região (CRN-11), Gláucia Posso Lima, apontou a desproporção entre ensino presencial e a distância. Os cursos de Nutrição, por exemplo, são 823 presenciais e 6.614 a distância. “Me preocupa mais ainda, quando eu vejo hoje as avaliações dos cursos estão sendo feitas online”, explicou.