Os municípios cearenses Amontada, Caridade e Crateús tiveram os prefeitos afastados em investigações deflagradas pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). Os três casos ocorreram somente neste mês de maio de 2024.
Entre as acusações que culminaram nos afastamentos estão suspeitas de crimes contra a administração pública, tais como peculato, fraude em licitações e irregularidades em contratos de serviços.
A turbulência na administração dessas cidades ocorre em meio à proximidade das eleições, marcada para o próximo outubro. A cinco meses do pleito que elegerá prefeitos e respectivos vices, além de vereadores, o órgão ministerial atua em prefeituras em que há suspeita de corrupção.
Foi o terceiro município a ter o prefeito afastado neste maio. O chefe do Executivo municipal, Flávio Filho, foi afastado do cargo nesta quarta-feira, 22, juntamente com o pai, Flávio César Teixeira, que é secretário de Infraestrutura.
As suspeitas são de irregularidades na contratação de serviços de fornecimento de combustíveis e de limpeza pública pela Prefeitura de Amontada. Além da suspensão dos serviços públicos, o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados.
O presidente do TJCE, o desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes negou nesta semana pedido da prefeita de Caridade para retornar ao cargo. Por lá, Simone Tavares (PSB) foi afastada do comando do Executivo municipal no último dia 10 de maio.
Simone é suspeita da prática de peculato, fraude em licitações e outros crimes contra a administração pública de Caridade. As investigações do MPCE citam pagamentos de “vultosas quantias” para um posto de combustível em Fortaleza, sem qualquer procedimento licitatório e/ou dispensa que o justifiquem. Grande parte dessas despesas teriam sido autorizadas pelo gabinete da prefeita. Quem assumiu a chefia do município foi o presidente da Câmara, José Erivaldo (PDT), que é irmão da gestora afastada.
Na última quinta-feira, 16, o prefeito Marcelo Machado (Solidariedade) foi afastado devido a supostas irregularidades na contratação de serviços de publicidade e locação de máquinas pesadas pelo Executivo municipal. Além do gestor, foram afastados os secretários municipais de Infraestrutura e de Comunicação Social e Relações Públicas.
Chorando, Machado desabafou alegando ter sido o "prefeito mais humilhado do Brasil" no governo de Camilo Santana (PT), hoje ministro da Educação. Em seu lugar, assumiu o vice Dr. Nenzé (PSB), que chegou a negar ter denunciado o prefeito nessa investigação.