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Mina de Itataia recebe a primeira licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear

Documento não garante o início da produção, mas é considerado marco importante para o projeto

25/05/2024 às 14h41 Atualizada em 26/05/2024 às 11h21
Por: Josyvânia Monteiro Fonte: gcmais
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Reprodução
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A mina de Santa Quitéria, instalada na Fazenda Itataia, recebeu nesta sexta-feira (24) a primeira licença da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEM). O equipamento pode tornar o Brasil exportador de urânio – mineral que produz combustível para usinas nucleares.

A licença que autoriza o local da mina ainda não garante o início da produção, pois são necessários no total três, mas é considerada um marco importante no projeto, que começou a ser debatido há mais de dez anos. 

Para desenvolver a produção de energia nuclear, a INB (Indústrias, Nucleares do Brasil) fez uma parceria coma Galvani, que ficará com o fosfato contido na jazida.

A previsão dos sócios é que a produção da mina possa chegar a 2,3 mil toneladas de urânio e a um milhão de toneladas de fosfato por ano. O volume de urânio é mais de 20 vezes superior à produção nacional hoje. O fosfato é matéria prima para fertilizantes, produto em que o Brasil é dependente de importações.

O projeto da mina de Santa Quitéria tem levantado questionamentos de pesquisadores e representantes das comunidades locais, que apontam riscos catastróficos para o meio ambiente e a vida da população.

Em dezembro de 2022, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) não foi aprovado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que solicitou informações complementares apontando que os dados apresentados eram insuficientes em alguns pontos, como sustentabilidade ambiental do empreendimento e invisibilidade de populações e comunidades tradicionais da região.

O maior receio é que a radição em Santa Quitéria, que já é considerada acima da média em alguns locais pela presença do minério, cresça a níveis problemáticos. O projeto também prevê um grande uso de água em uma região marcada pela seca.

Moradores e ativistas temem que isso deixe a população com acesso restrito ao líquido. Os empreendedores respondem, afirmando que não há riscos e que o projeto é seguro.

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