Quase metade dos domicílios brasileiros têm o hábito de comprar remédios sem receita médica. Pesquisa feita pela Kantar mostrou que 42 milhões, dentre os 90,3 lares brasileiros, adotam a prática que movimentou, segundo o estudo, US$ 3,2 bilhões no mercado nos últimos 12 meses, conforme o levantamento.
O estudo identificou que, no Brasil, as pessoas com mais de 40 anos, pertencentes às classes A e B e sem filhos, são os que mais compram medicamentos sem prescrição.
Multivitaminas e antigripais são os mais utilizados no país e, segundo a Kantar, ocupam 43% do total de fármacos adquiridos espontaneamente. “Esse comportamento de consumo, inclusive, se equipara ao de países campeões de compra na categoria dos remédios sem receita, como Equador e Colômbia”, informa a empresa voltada às pesquisas de mercado.
Para se ter uma dimensão do gasto com os remédios sem receita, as compras nas farmácias só ficam atrás das vendas de produtos de higiene e beleza, aponta o estudo. Os brasileiros também compram em canais online. De acordo com a Kantar, o Equador é o país em que a população mais gasta para ter acesso a medicamentos sem prescrição, com 75% da população comprando multivitaminas.
Apesar de ser um hábito e garantir um alívio imediato de sintomas, a automedicação sem receituário clínico pode trazer consequências graves, de acordo com o Ministério da Saúde. A pasta alerta que o costume pode acarretar o agravamento de uma doença, por exemplo.
O Ministério ainda exemplifica que outra preocupação em relação ao uso do remédio refere-se à combinação inadequada. “Neste caso, o uso de um medicamento pode anular ou potencializar o efeito do outro. O uso de remédios de maneira incorreta ou irracional pode trazer, ainda, consequências como: reações alérgicas, dependência e até a morte”, complementa a pasta.