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Ceará e outros estados têm céu com coloração diferente devido queimadas

A fumaça dos incêndios no Pantanal e na Amazônia já chegaram a 10 estados, incluindo o Ceará

23/08/2024 às 09h08
Por: Thiago Rodrigues Fonte: O POVO
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 Cláudio Ribeiro/ O POVO
Cláudio Ribeiro/ O POVO

O pôr do sol diferente e o céu com coloração dividida entre o azul e um tom de cinza tem chamado a atenção da população do Ceará e até de outros estados. As causas deste cenário estão ligadas às queimadas que atingem a Amazônia desde a última sexta-feira, 16.

A analista ambiental da Synergia Socioambiental, Natalia Victoria Madalozzo, explica que o acinzentado no céu é causado pela dispersão de partículas de fumaças vindas das queimadas na Amazônia e no Pantanal e que durante as queimadas, grandes quantidades de material particulado e gases poluentes – como carbono e enxofre – são liberados na atmosfera.

“Esses compostos alteram a composição do ar interferindo na refração da luz solar e com isso dando a coloração acinzentada no céu, as correntes de vento transportam essas partículas de gases por uma longa distância afetando outras regiões”, afirma.

Além do Ceará, a fumaça das queimadas chegou a estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, o oeste do Paraná, parte de Minas Gerais, trechos de São Paulo e Amazonas. “Alguns deles estão a milhares de quilômetros dos focos de incêndio e mesmo assim, acabam experimentando níveis elevados de poluição atmosférica, justamente por conta essa camada de fumaça”, complementa a analista ambiental.

Conforme os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nas últimas 48 horas, 77% dos focos de incêndio ativos no Brasil se concentram na Amazônia e no Cerrado. Segundo a BBC News Brasil, a FioCruz Amazônia, no último dia 13 de agosto, chegou a recomendar que a população de Manaus usasse máscaras com sistemas de filtragem especial – do modelo N95 ou PFF2 – no “período crítico de exposição à fumaça”.

A fumaça se dispersou com mais facilidade pela ação dos ventos. Conforme o professor Edson Grandisoli, doutor em Educação e Sustentabilidade, a fumaça gerada pelas queimadas é levada pelas chamadas correntes de vento, que transportam partículas por longas distâncias, criando um “corredor de fumaça”.

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